Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

A carta

Olá, tudo bem? Para você que ainda não me conhece eu sou a Manuella, mas pode me chamar de Manu! Tenho 4 anos, sou muito alegre e risonha, mas às vezes fico muito zangada e não quero papo. Não sou uma menina má, é que eu não gosto que você chegue gritando e apertando as minhas bochechas! Não sei por que não consigo dizer: “por favor, não faça isso!” e acabo ficando ainda mais nervosa. Eu tento me comunicar, mas quase ninguém me entende. Você não sabe como é horrível sentir dor, medo, fome, sede, sono, calor, frio e não conseguir me expressar, afinal às vezes nem eu sei exatamente o que eu estou sentindo. Papai e mamãe sempre me entendem. Bom… Quase sempre. E é por isso que eu gosto tanto de ficar grudada neles, pois eles são a minha voz, a minha razão e a minha verdade. Eu até me misturo no meio de vocês, às vezes passo totalmente despercebida, mas às vezes meus gritinhos e balançadas de mãos podem chamar sua atenção. Não se preocupe, normalmente eu faço isso porque estou muito feliz e essa é a minha forma de extravasar toda minha alegria. Eu sei que naquele dia eu fui à sua casa, me comportei como uma mocinha, mas isso não significa que já somos melhores amigas, ok? Quando a gente se encontrar de novo, chegue devagar e me dê um tempinho para que eu me sinta à vontade com você. E vou logo avisando que não adianta tentar me forçar a fazer o que eu não quero, eu tenho ótimos advogados, papai e mamãe nunca irão me obrigar a ir ao seu colo e aceitar seus abraços longos e apertados!!! Se você tiver paciência para me conhecer melhor, irá se apaixonar por mim! Enfim, quero muito ser sua amiguinha, sou muito carinhosa e cheia de amor para dar, mas preciso da sua paciência, compreensão e respeito. E aí, você quer ser meu amigo???

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