2017 era um ano de muitas mudanças, apartamento novo, troca de babá, troca de escola, troca de bairro e uma big cirurgia em andamento, tudo bem programado. Mas aí a avó materna resolveu agendar uma consulta ao neuropediatra para tirar uma dúvida e: bomba!
Características do espectro autista.
Silêncio.
Todo aquele atraso de fala e birras homéricas, enfim, ganharam um nome: autismo. Na dúvida de ser ou não, nosso médico disse: intervenham!
Saí de lá paralisada, em pânico, nem forças tinha no corpo…
Três dias de choro foram o suficiente para agendar a clínica, uma bateria de avaliações e 15 dias depois iniciávamos o tratamento intensivo e multidisciplinar baseado no ABA, sigla americana que se refere à análise do comportamento aplicado. Trocando em miúdos, um treinamento de guerra intensivo para estimular o meu filho sem fala, com birras e muita rigidez envolvidos.
A impressão que dá é que nasce um novo filho, mas também nasce uma nova e insana maternidade, tudo muito diferente e complicado de lidar. Nasce também uma nova família, pois não se engane, o diagnóstico veio para ele, mas também chegou na veia para nós, e por incrível que pareça nos unimos mais como pai e mãe nesta empreitada que a vida nos deu.
Algo muito raro no início é ter a intuição de procurar ajuda familiar, porque o tranco é muito forte. E foi aí que busquei forças para me ajudar, senão toda a família poderia ruir.
Uma mãe que fica no front diante de tantas terapias e profissionais especializados realmente precisa de ajuda para enfrentar os desafios. Foi desta forma que reagi e consegui aceitar e enfrentar todas as dificuldades que apareciam. Este é um conselho daqueles que toda mãe precisa no início desta saga: procure ajuda.