A data de 9 de setembro é considerada como o Dia Mundial de Prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) em diversos países e conta com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas (ONU). Em ressonância com estas Instituições, e, devido ao grave problema de saúde pública, há alguns anos, a Sociedade Paulista de Pediatria criou um grupo de estudos denominado “Efeitos do álcool na gestante, no feto e no recém-nascido” e posteriormente tornou-se uma campanha para toda a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Estima-se que em cada 1000 nascimentos dois recém-nascidos possam estar comprometidos pela SAF, que é a forma completa da Síndrome, porém este número pode ser ainda muito mais elevado, pela presença de outros sinais e sintomas, nem sempre concomitantes à SAF clássica, em especial as alterações neurológicas e comportamentais.
Conforme publicação de 2016, Updated Clinical Guidelines for Diagnosing Fetal Alcohol Spectrum Disorders, para a SAF ser diagnosticada devem estar presentes as anormalidades de crescimento, anormalidades faciais e do sistema nervoso central (SNC) – confirmado ou não exposição intrauterina ao álcool. Os principais critérios de avaliação incluem, entre outros:
Anormalidade de crescimento
- Peso de nascimento ou peso corporal < percentil 10th;
- Comprimento de nascimento ou comprimento corporal < percentil 10th;
- Índice de massa corporal < percentil 10th.
Anormalidades Faciais
- Fissura palpebral curta;
- Filtro nasal liso;
- Lábio superior fino.
Anormalidade do Sistema Nervoso Central
- Alterações funcionais do SNC (atenção, habilidades motoras, aprendizagem, funções executivas abaixo do normal);
- Alterações estruturais do SNC (microcefalia < 10th).
Outros órgãos também podem ser acometidos, como o coração, outras malformações craniofaciais, esquelética, genital, urinária e alterações dentárias. A ingestão de álcool na gravidez é a primeira causa de microcefalia, quando não se considera as causadas por doenças infectocontagiosas.
A SAF não tem cura e dura toda a vida. No entanto, ela é 100% prevenível, podendo ser, portanto, 100% evitável, desde que a gestante se abstenha do consumo de álcool durante a gravidez, e até mesmo antes desta. Se a mulher deseja engravidar ou já se encontra grávida, TOLERÂNCIA ZERO PARA O USO DE ÁLCOOL NA GESTAÇÃO.
Quando mais de um milhão de crianças nascem a cada ano com lesões cerebrais devidas a uma causa conhecida e prevenível, a resposta deve ser imediata, determinada, sustentável e efetiva.
SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS PELA PREVENÇÃO DESTA EPIDEMIA SILENCIOSA.