Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Apesar da Zika, da Dengue, da Chikungunya, da Febre Amarela, ainda dá para acreditar na pesquisa médica no Brasil

Embora a Zika seja um problema e uma vergonha para a saúde do Brasil, tão debilitada pelas seguidas epidemias (Dengue, Chikungunya, Febre Amarela) elas mostraram que, pelo menos na área científica, nossos acadêmicos pegaram esta oportunidade e geraram conhecimento importante para o futuro dessas doenças.

Desde o início da epidemia de Zika que assolou o Brasil em 2016, o mundo científico se pergunta o que está ocorrendo no Brasil e por que a Zika, uma doença conhecida há muitos anos, vem se comportando de maneira tão diversa e assustando grávidas do país inteiro?

Cientistas tentam encontrar uma explicação para o fato de nem todas as gestantes infectadas pelo vírus terem bebês com microcefalia e outros problemas neurológicos. Agora, um novo estudo feito com bebês gêmeos, finalmente trouxe uma resposta: um conjunto de alterações genéticas é responsável por aumentar a suscetibilidade de alguns bebês às consequências neurológicas da infecção. A estimativa mostrada na pesquisa é de que de 6% a 12% das gestantes infectadas pela Zika terão bebês nascidos com problemas neurológicos. A pesquisa foi feita com gêmeos, porque eles fornecem informações preciosas para responder se uma determinada condição tem causas ambientais ou genéticas. Durante a epidemia, foram identificados casos de gêmeos discordantes – em que apenas um tem microcefalia. Segundo a pesquisadora, esse fato levou os cientistas a levantar a hipótese –  agora confirmada –  de que a microcefalia decorrente da Zika poderia ser consequência de alguma predisposição genética.

O estudo foi liderado pela geneticista Mayana Zatz (do ICB USP), foi publicado na revista Nature Communications, uma das mais qualificadas e reconhecidas publicações internacionais na área da saúde e da ciência de maneira geral.

No combate à Dengue e à Chikungunya, o Instituto Butantan e o Instituto Evandro Chagas, do Pará, estão desenvolvendo vacinas que serão importantes para o mundo todo, principalmente em países tropicais (e subdesenvolvidos) onde estas doenças se proliferam. Continuam em fases avançadas de teste, mas as pesquisas iniciais mostram que os resultados são promissores e que em breve poderão ser comercializadas.

Na febre amarela, o Hospital das Clínicas da FMUSP foi pioneiro no transplante hepático de pacientes com hepatite fulminante em razão da Febre Amarela. Até a data em que escrevi este artigo, já eram seis casos de transplantes.

Como podemos ver, que tristeza viver num país como o nosso onde se proliferam epidemias preveníveis, mas que alegria ver que algumas pessoas como os professores e pesquisadores do ICB- USP, HC- FMUSP, Butantan e I. Evandro Chagas conseguem, mesmo em condições sofríveis, fazer uma ciência de ponta.

Autor: Dr. José Luiz Setúbal

Fonte: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/vacina-contra-zika-devera-ser-testada-em-humanos-em-2018.ghtml

http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,componente-genetico-explica-suscetibilidade-de-bebes-com-zika-a-microcefalia,70002174786

https://jornal.usp.br/atualidades/butantan-entra-na-fase-3-da-vacina-antidengue/

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/estado-de-sp-fez-6-transplantes-de-figado-em-casos-graves-de-febre-amarela.ghtml

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

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