Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Desenvolvimento infantil e status social

Uma de nossas áreas de atuação como Fundação é a primeira infância, espaço que vai do tempo da gestação até a idade escolar, ou seja, os 6 anos. Somos membros do NCPI (Núcleo da Ciência pela Primeira Infância), que realiza um evento sobre este tema há 7 anos, sempre com palestrantes do mais alto nível, inclusive de fora do Brasil. Este ano o Simpósio será em Fortaleza e quem quiser pode acessar gratuitamente pela web (http://simposio.ncpi.org.br/).

É sabido há muitos anos que a primeira infância irá determinar muito a qualidade de vida do indivíduo, seja na dimensão saúde (onde atuamos) como na educação, na assistência social, entre outras. Desde que o professor James Heckman, de Chicago, ganhou no ano 2000 o prêmio Nobel de economia, a sua frase “o melhor investimento que um governo pode fazer é na primeira infância, pois cada dólar investido reverte em 7”, ficou famosa.

A cada quatro crianças com 5 anos, uma corre o risco de atraso no desenvolvimento e pode beneficiar-se de uma intervenção precoce, mas as crianças negras e hispânicas americanas são muito menos propensas a ser identificadas como necessitando de serviços do que crianças brancas.

Este são os resultados mostrados no estudo qualitativo “Crenças sobre desenvolvimento e intervenção precoce entre mães afro-americanas e hispânicas de baixa renda” publicado na edição de novembro de 2017 de Pediatrics, onde se afirma que menos de 25% das crianças elegíveis para serviços de intervenção precoce os usam. Os autores entrevistaram 22 mães para explorar as formas em que as crenças da saúde materna as influenciaram na busca de ajuda para atrasos no desenvolvimento, uma condição em que as crianças não conseguem habilidades motoras, linguísticas, cognitivas, sociais, comportamentais ou adaptativas oportunas. A análise revelou cinco principais temas em como as crenças da saúde moldaram as decisões da mãe:

1- Observando outras crianças e fazendo comparações;

2- Percebendo que seu filho pode ser diferente, mas não necessariamente atrasado;

3- Baseando-se em redes sociais em vez de ouvir o pediatra ou profissional de saúde ou educador na busca de ajuda;

4- Achando difícil priorizar a intervenção precoce por causa de estressores sociais ou financeiros;

5- Recebendo informações limitadas ou conflitantes.

As mães negras e hispânicas frequentemente relataram sentir-se pressionadas a usar serviços em vez de perceber os serviços como benéficos.

Saiba mais:

http://simposio.ncpi.org.br/

https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/cuidando-do-contexto-de-desenvolvimento-da-primeira-infancia/

https://institutopensi.org.br/?s=primeira+infancia

http://veja.abril.com.br/economia/investir-na-crianca-e-mais-eficaz-que-distribuir-renda-diz-nobel/

Autor: Dr. José Luiz Setúbal

Fonte: Pediatrics, October 2017

Beliefs Regarding Development and Early Intervention Among Low-Income African American and Hispanic Mothers

Dawn M. Magnusson, Cynthia S. Minkovitz, Karen A. Kuhlthau, Tania M. Caballero, Kamila B. Mistry

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

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