Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Falando sobre a microcefalia

Falando sobre a microcefalia

Falando sobre a microcefalia

Nos últimos dias acompanhamos várias notícias sobre “um surto” de microcefalia na região Nordeste do Brasil, atingindo principalmente os Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. O governo brasileiro acabou por decretar “Estado de Emergência Sanitária” por causa de 144 casos em 55 cidades desde outubro e a causa mais provável é uma doença viral chamada Zika.

Bebês com microcefalia nascem com perímetro cefálico menor do que a média. Muitas vezes, eles têm problemas de desenvolvimento. Geralmente não há nenhum tratamento para a microcefalia, mas a intervenção precoce com terapias de suporte, tais como fonoterapia e terapia ocupacional, podem ajudar a melhorar o desenvolvimento da criança e a qualidade de vida.

O principal sinal é o tamanho da cabeça significativamente menor do que a de outras crianças da mesma idade e sexo (tamanho da circunferência da cabeça). Usando tabelas de crescimento normalizadas, a medida é comparada com as medições de outras crianças em percentis.

Provavelmente, o médico irá detectar a microcefalia no nascimento do bebê ou em um checkup regular do recém-nascido. No entanto, se você acha que a cabeça do bebê é menor do que o normal ou não está crescendo como deveria, fale com o seu médico.

O problema pode ser provocado por uma série de fatores, desde desnutrição da mãe e abuso de drogas, até infecções durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus. Uma das hipóteses avaliadas pela equipe que investiga o surto é a contaminação da mãe pelo zika vírus.

Transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que provoca a dengue, o vírus causa uma reação que até agora era dada como de pouca importância nos adultos: febre baixa, coceiras, manchas vermelhas pelo corpo. A doença chegou ao Brasil neste ano e atingiu principalmente os estados do Nordeste.

Outras causas da microcefalia podem incluir:

  1. Craniossinostose: a fusão prematura das articulações (suturas) entre as placas ósseas que formam o crânio de uma criança prejudicam o crescimento do cérebro. Tratar a craniossinostose geralmente significa que seu bebê precisa de uma cirurgia para separar os ossos fundidos. Se não existirem problemas subjacentes no cérebro, esta cirurgia permite o espaço adequado para ele se desenvolver e crescer.
  2. Anormalidades cromossômicas: Síndrome de Down e outras condições podem resultar em microcefalia.
  3. Diminuição de oxigênio para o cérebro fetal (anóxia cerebral). Certas complicações da gravidez ou do parto podem prejudicar o fornecimento de oxigênio para o cérebro fetal.
  4. Infecções do feto durante a gravidez: estas incluem as doenças virais como Zika, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola e catapora (varicela).
  5. Exposição a drogas, álcool ou determinados produtos químicos tóxicos no útero. Qualquer um destes pode colocar o bebê em risco de anormalidades cerebrais.
  6. Desnutrição grave: não ter uma nutrição adequada durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento do bebê.

Algumas crianças com microcefalia têm inteligência e desenvolvimento normais, apesar de suas cabeças serem pequenas para sua idade e sexo. Mas, dependendo da causa e gravidade da microcefalia, complicações podem incluir:

  1. Atrasos de desenvolvimento neuromotor
  2. Dificuldades de coordenação e equilíbrio
  3. Nanismo ou baixa estatura
  4. Distorções faciais
  5. Hiperatividade
  6. Deficiência intelectual

Diante das dificuldades de se confirmar as suspeitas por exames, o governo aposta em duas alternativas, de onde a solução pode ser encontrada. De um lado, aumentou o ritmo para que um teste específico para o zika seja desenvolvido. Uma equipe da Fiocruz de Pernambuco trabalha no projeto e a expectativa é de que, até o fim do mês, a forma “artesanal” já poderá ser testada. O Ministério da Saúde também entrará em contato com CDC, Pasteur e outros institutos de pesquisa em busca de alternativas.

O Hospital Infantil Sabará conta com um Centro de Excelência em Cranioestenose e Assimetrias Cranianas.

Saiba mais sobre o tema abordado neste texto:

Crânio infantil: quando se preocupar?

A história da cirurgia para cranioestenose

Deformidades cranianas

Fontes:

  1. Governo decreta emergência sanitária apos surto de nascimentos de bebês com microcefalia em Pernambuco
  2. Mayo Clinic Diseases and Conditions

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 22 de agosto de 2024

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