PESQUISAR

Sobre o Centro de Pesquisa
Sobre o Centro de Pesquisa
Residência Médica
Residência Médica
A história da cirurgia para cranioestenose
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp
A história da cirurgia para cranioestenose

A história da cirurgia para cranioestenose

30/05/2013
  6895   
  0
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp

Cranioestenose é a fusão prematura e anormal de uma das seis linhas de sutura que formam o crânio. Pode ocorrer como parte de uma síndrome ou como um defeito isolado, caracterizando a forma não sindrômica.

A maior parte da compreensão sobre a fisiopatologia da cranioestenose é atribuída a Virchow (1851). Padrões de crescimento irregular da calota craniana foram a base para formulação da lei de Virchow. Ela era muito simplista em sua explicação sobre os padrões de crescimento do crânio e, posteriormente, outros estudos publicados foram conflitantes. A presença de padrões de crescimento compensatório em pacientes portadores de cranioestenose foi descrito, posteriormente, por Delshaw e colaboradores.

O primeiro procedimento cirúrgico relatado para a correção da cranioestenose foi realizado em 1890 por Lannelongue. Ele preconizava apenas a liberação do crânio, mas sem ressecar a sutura fundida. Dois anos mais tarde, Lane descreveu a primeira craniectomia, com a extração da sutura fundida (suturectomia), mas devido à morte da criança, neste caso, no pós-operatório, a correção cirúrgica caiu em desuso.

Mehner em 1921 descreveu o primeiro caso bem-sucedido de craniectomia para remoção de sutura fundida. Craniectomias mais radicais também foram discutidas por Faber e Towne, mas foi após os trabalhos de Tessier e Rougerie, no final dos anos 1960 e início de 1970, que os objetivos estéticos passaram a ser enfatizados. Apesar de a simples craniectomia ser utilizada muitas vezes, essa técnica perdeu apoio com o advento do conceito da reconstrução da calota craniana.

Leia também: Craniostenose: diagnóstico e o desenvolvimento da criança

Nos últimos 30 anos, várias técnicas foram refinadas consideravelmente e diversas propostas têm sido usadas ​​para o tratamento dessa condição, que vão desde simples suturectomia até ampla remodelação da abóbada craniana. Geralmente, isso acontece com base nas preferências do cirurgião e da formação acadêmica dele. A experiência tem mostrado que as mais extensas reconstruções garantem resultados mais satisfatórios, particularmente em crianças com mais de 1 ano de vida e com deformidades cranianas mais graves.

A cirurgia para cranioestenose evoluiu rapidamente com maior ênfase para as abordagens mais extensas e com menor ênfase para os procedimentos menos invasivos. Recentemente, com o advento da neuroendoscopia, a atenção voltou para a suturectomia endoscópica, com a descrição inicial por Jimenez e Barone em 1998. Para o sucesso da cirurgia endoscópica, a utilização da órtese craniana para garantir a remodelação craniana no pós-operatório, pelo período de vários meses, é fundamental. O conceito do capacete foi introduzido por Persing e colaboradores, em 1986.

Atualmente, novos desenvolvimentos tecnológicos têm sido incorporados ao tratamento, garantindo melhores resultados estéticos e funcionais, como a distração osteogênica, a fixação com mini-placas biodegradáveis e absorvíveis, o desenvolvimento de técnicas endoscópicas minimamente invasivas e a utilização de órtese craniana (capacete).

A técnica endoscópica, em especial, por meio do trabalho pioneiro de Jimenez e Barone vem ganhando aceitação nos últimos anos, oferecendo as vantagens de tempo de operação mais curto, menores custos hospitalares, menor tempo de internação e, sobretudo, menor perda de sangue transoperatória.

É conveniente ressaltar que o planejamento cirúrgico em conjunto com os pais é de extrema importância. A análise completa de riscos, custos e benefícios estéticos e funcionais deve ser feita ainda na fase pré-operatória. A existência de núcleo assistência em centros de excelência viabiliza este planejamento de forma mais humana e racional, assim o tratamento ocorre com segurança e organização, para a criança e para os pais.

Saiba mais sobre as deformidades cranianas

Por Prof. Dr. Fernando Gomes Pinto, Neurocirurgião Pediátrico do Hospital Infantil Sabará / Professor Livre-Docente de Neurocirurgia da FMUSP.

Atualizado em 3 de maio de 2024

Comunicação PENSI

Comunicação PENSI

deixe uma mensagem O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

mensagem enviada

  • Paola disse:

    meu bebe esta com 4 meses e esta com suspeita de estar com cranioestenose, tudo vai depender da tumografia que ele fez hoje, o que me preocupa é a condição financeira, não sei quanto custa uma cirurgia dessas e eu não tenho condições de pagar, estaou em desespero, cada vez que eu procuro saber mais, mais me desespero, olho para ele e custo a acreditar, pois é uma criança saudavél…. preciso de ajuda……..

    • Equipe Sabará disse:

      Olá Paola, recomendamos que continue o tratamento e as indicações que o médico prescrever. Caso ache válido, você pode buscar uma segunda opinião médica com novos exames. Desejamos melhoras ao seu pequeno. Abraços.

  • Paola disse:

    me ajudem por favor

posts relacionados

INICIATIVAS DA FUNDAÇÃO JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL
Sabará Hospital Infantil
Pensi Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil
Autismo e Realidade

    Cadastre-se na nossa newsletter

    Cadastre-se abaixo para receber nossas comunicações. Você pode se descadastrar a qualquer momento.

    Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade de Instituto PENSI.