Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Saiba sobre triagem infantil para autismo

Saiba sobre triagem infantil para autismo

Saiba sobre triagem infantil para autismo

Um estudo publicado na edição de junho de 2018 da revista Pediatrics, realizado com mais de 68.000 crianças da Noruega, mostra por que algumas crianças que foram triadas negativamente para Autismo com 18 meses posteriormente passaram a receber um diagnóstico de autismo.

No trabalho, foram comparados perfis de gênero, de desenvolvimento e comportamentos psicológicos realizados com 18 meses de idade em crianças que tiveram triagem negativa para Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) realizado através da ferramenta Lista de Verificação Modificada para Autismo em Crianças (M – CHAT), mas depois receberam diagnósticos de TEA (grupo falso-negativo) versus aqueles sem diagnósticos posteriores de TEA (grupo verdadeiro negativo).

Este é o primeiro estudo a revelar que as crianças que passam pelo rastreamento aos 18 meses e são posteriormente diagnosticadas com TEA exibem atrasos nas principais áreas sociais e de comunicação, bem como habilidades motoras finas aos 18 meses. As diferenças pareciam ser mais pronunciadas nas meninas. Com esses achados, ressaltamos a necessidade de melhorar a compreensão dos marcadores precoces de TEA em meninos e meninas, bem como os fatores que afetam o relato dos pais sobre atrasos e anormalidades precoces, para melhorar a sensibilidade dos instrumentos de rastreamento. 

Os autores do estudo “Características clínicas de crianças com autismo que passaram na triagem de 18 meses”  descobriram que havia várias diferenças no comportamento identificado pelos pais entre os bebês que não receberam um diagnóstico posterior do Transtorno do Espectro do Autismo, em comparação àqueles que o fizeram. Essas diferenças incluíram atrasos na interação social, comunicação e capacidade motora – todos os recursos associados ao TEA.

Esses resultados sugerem que os pais podem ter dificuldades em relatar eventos mais sutis associadas ao TEA, como engajamento social limitado, ou que algumas crianças com TEA podem apresentar comportamentos atípicos de forma inconsistente ou com intensidades menores, tornando mais provável que os pais desconsiderem os comportamentos no processo de triagem. Curiosamente, os pesquisadores notaram que as meninas diagnosticadas posteriormente com autismo tinham menos probabilidade de ter cuidado com estranhos e, assim, parecer mais sociais, o que poderia mascarar comportamentos associados ao autismo.

Esses achados sugerem também que, aos 18 meses, há diferenças sutis entre meninos e meninas que fazem o rastreamento negativo e, posteriormente, recebem um diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo. Os pesquisadores recomendam que os médicos sejam particularmente cautelosos quanto ao desconto de sintomas de dificuldades sociais em meninas, pois elas podem ser mascaradas por um medo social mais baixo. Além disso, eles observam que suas descobertas sugerem a necessidade de melhorar os instrumentos de rastreamento.

Muito interessante este estudo, pois mostra que precisamos aprimorar a interpretação da triagem através do M-Chat e que também temos que ficar atentos ao desenvolvimento das crianças, mesmo elas tenham sido triadas negativamente para autismo. Nestes aspectos, nossa Fundação atua fornecendo material gratuitamente em seu portal, com apostilas educativas para os interessados no assunto e cursos e palestras para profissionais da saúde e público leigo.

Saiba mais:

 

Fonte: Pediatrics, May 2018

Clinical Features of Children With Autism Who Passed 18-Month Screening

Roald A. Øien, Synnve Schjølberg, Fred R. Volkmar, Frederick Shic, Domenic V. Cicchetti, Anders Nordahl-Hansen, Nina Stenberg, Mady Hornig, Alexandra Havdahl, Anne-Siri Øyen, Pamela Ventola, Ezra S. Susser, Martin R. Eisemann, Katarzyna Chawarska

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 5 de dezembro de 2024

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