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Câncer em crianças e adolescentes
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Câncer em crianças e adolescentes

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02/03/2018
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Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Estima-se que ocorreram cerca de 12.600 casos novos de câncer em crianças e adolescentes no Brasil em 2017. As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram os maiores números de casos novos, 6.050 e 2.750, respectivamente, seguidas pelas regiões Sul (1.320), Centro-Oeste (1.270) e Norte (1.210).

O câncer engloba um conjunto de doenças, cada uma com características e fatores de risco próprios, que têm em comum a reprodução desordenada e exagerada de células. O câncer é uma doença multifatorial, ou seja, pode ser causada por diversos fatores como genética, ambiente, nutrição, e hábitos como fumo, ingestão de álcool etc.

O Brasil deve registrar este ano cerca de 600 mil novos casos de câncer, como mostra a publicação Estimativa 2018 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada em fevereiro, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Ministério da Saúde, no Dia Mundial do Câncer.

O perfil da doença no País espelha a profunda desigualdade socioeconômica brasileira: entre os mais privilegiados, os tumores são típicos daqueles mais registrados nos países desenvolvidos do Ocidente. Entre os mais pobres, a doença está ligada a infecções e outras situações ligadas ao subdesenvolvimento.

Os dez tipos de câncer mais incidentes no Brasil serão (estimativa):

  • Próstata (68.220 casos),
  • Mama feminina (59.700),
  • Cólon e reto (câncer de intestino) (36.360),
  • Pulmão (31.270),
  • Estômago (21.290),
  • Colo do útero (16.370),
  • Cavidade oral (14.700),
  • Sistema nervoso central (11.320),
  • Leucemias (10.800) e
  • Esôfago (10.790).

O estudo revela o perfil de um país urbanizado, industrializado e com população em processo de envelhecimento, que possui os cânceres de próstata, pulmão, mama feminina e intestino entre os mais incidentes, em linha com países desenvolvidos do Ocidente.

Nos últimos cem anos, o Brasil aumentou exponencialmente sua população, e se tornou um país urbano, a população entrou em processo de envelhecimento devido ao aumento da expectativa de vida e uma enorme queda na taxa de natalidade. O câncer no Brasil, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste e parte do Centro-Oeste, assumiu um perfil muito parecido com o dos chamados países do primeiro mundo.

O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).

Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado. No Sabará Hospital Infantil tivemos 48 casos novos diagnosticados em 2017.

A boa notícia para a prevenção de câncer que se inicia na infância é que o Ministério da Saúde oferece, desde 2014, a vacinação para meninas contra o vírus do HPV, agora ampliada para os meninos, o que poderá reduzir no futuro a incidência de cânceres associados a essa infecção. Nos curto e médio prazos, a medida mais efetiva para a prevenção e detecção precoce do câncer do colo do útero é a universalização do acesso ao exame de Papanicolaou, biópsia e tratamento.

O objetivo da publicação Estimativa 2018 – Incidência de Câncer no Brasil é oferecer um painel sobre o cenário atual da magnitude do câncer, que possa ser utilizado por gestores, profissionais de saúde e sociedade em geral, de modo a subsidiar as ações de prevenção e controle da doença. Os resultados têm como base as informações dos registros de câncer de base populacional e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), que são atualizados com frequência.

Saiba mais:

A preocupação com o câncer infantil

Telemedicina, uma alternativa estratégica

Fontes:

http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-pode-ter-600-mil-novos-casos-de-cancer-neste-ano,70002175467

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 25 de novembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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