Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Controle de infecções hospitalares em pediatria

Controle de infecções hospitalares em pediatria

Controle de infecções hospitalares em pediatria

 

As características epidemiológicas das infecções hospitalares em pediatria apresentam particularidades que as diferenciam das infecções hospitalares em pacientes adultos. As infecções virais e sua sazonalidade também são relevantes nos serviços de pediatria, considerando a transmissão destes microrganismos nas unidades por falhas na técnica asséptica de assistência. Constituem exemplo desta condição: as infecções causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Varicella Zoster, Influenza e, atualmente, com menor frequência, o Rotavírus.

As infecções hospitalares de etiologia bacteriana apresentam-se com alta sensibilidade aos antimicrobianos, sendo pouco frequentes as infecções causadas por bactérias multi-resistentes. Com poucas exceções, ainda é possível tratarmos infecções hospitalares de alta gravidade com antimicrobianos da classe das penicilinas e cefalosporinas. Fogem a esta regra as crianças com doenças crônicas que apresentam antecedentes de hospitalizações frequentes e uso crônico de antimicrobianos. Um fator de preocupação inclui o uso excessivo de cefalosporinas e o aumento de infecções causadas por Klebsiella spp produtora de betalactamase de espectro estendido (ESBL) em UTI pediátrica.

A utilização da brinquedoteca e de outras atividades relacionadas à humanização em serviços de pediatria devem ser incentivadas e vários estudos demonstram o seu benefício para a evolução de nossos pacientes. Entretanto, há publicado na literatura a ocorrência de surtos de infecção hospitalar em unidades pediátricas tendo o brinquedo partilhado e sem a limpeza/desinfecção correta como fonte de infecção por Pseudomonas aeruginosa e outros agentes.

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Ao contrário do que é observado em pacientes críticos adultos, a topografia mais acometida pelas infecções hospitalares em pediatria é a corrente sanguínea, seguido do aparelho respiratório. Destacamos a importância da execução de medidas seguras para a inserção e manutenção de cateteres vasculares e terapia parenteral intravenosa. A existência de um time especializado neste procedimento é medida custo-efetiva para a prevenção e controle da infecção da corrente sanguínea em pediatria, onde destacamos a habilitação e capacitação de profissionais no uso de cateter vascular de inserção periférica (PICC). A utilização do PICC apresenta impacto positivo na redução dos riscos e de incidência de infecção hospitalar da corrente sanguínea.

A utilização de antimicrobianos e outros medicamentos em pediatria é também diferenciada quando comparado ao paciente adulto. A carência de estudos clínicos com medicamentos em pediatria, para fins de segurança, tem determinado a prescrição de antimicrobianos com posologia não descrita em bula do fabricante. Este aspecto é importante, pois há ocorrência de eventos adversos ao uso de medicamentos em pediatria quando do uso dos mesmos medicamentos aprovados para uso adulto.

A presença dos pais como agentes de apoio para o controle de infecção em pediatria é extremamente importante, com destaque para a adesão à higiene de mãos e apoio às práticas de higiene e isolamento no cuidado da criança. A atenção à alimentação também é importante, onde o fornecimento de alimentos externos ao hospital  de fonte não segura constituem fonte de infecção hospitalar de causa exógena. As práticas de prevenção e controle de infecção em pediatria exigem campanhas lúdicas, onde o foco na higiene de mãos deve ser educativo e com participação das crianças, pais e cuidadores.

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Atualizado em 18 de janeiro de 2024

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