Provavelmente quase todo pediatra que acompanha o desenvolvimento infantil já ouviu que a criança tem a cabeça achatada porque o obstetra usou fórceps (instrumento que puxa o bebê) ou não tirou o pequeno de forma adequada ou certa. Tudo isso pode ocorrer, mas é mais uma lenda do que uma realidade. O crânio é formado por uma série de ossos, e nos recém-nascidos e nas crianças menores eles não estão “soldados”, pois a caixa óssea crescerá bastante nos primeiros meses de vida. Além disso, tem as moleiras (fontanelas) e as suturas, que são áreas de crescimentos desses ossos.
Quando, por alguma razão, estas suturas têm uma fusão precoce, isso causará uma deformidade craniana compensatória, isto é, o cérebro procurará um local onde não haja resistência para crescer e só será possível onde não houver fusão de suturas. Isso ocorre uma vez em cada 2000 a 2500 nascimentos e se chama CRANIOSINOSTOSE.
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Existem vários tipos de craniosinostose, variando com a sutura que está fundida no crânio, mas o mais importante para os pais, cuidadores e pediatras é observar o crescimento craniano e se ele está ocorrendo de forma simétrica. Por esta razão, o pediatra deve medir o contorno da cabeça, na região onde fica o cérebro, em todas as visitas médicas até a criança ter pelo menos 2 anos de idade, e colocar as medidas num gráfico de acompanhamento. Algumas síndromes como Crouzon e Apert possuem fusão de suturas do crânio como parte de sintomas e sinais.
O diagnóstico é importante, pois orientará o tratamento. Ele é feito clinicamente pelo pediatra e por meio de imagens de RX ou tomografia, para determinar qual sutura está unida.
A abordagem que tem sido apoiada pelo consenso da American Cleft Palate-Craniofacial Association é a gestão por uma equipe formada por especialistas de anestesiologia, audiologia, cardiologia, dermatologia, radiologia, aconselhamento genético, genética médica, neurologia, neurocirurgia, enfermagem, oftalmologia, cirurgia oral e maxilofacial, microcirurgia, nutrição, ortodontia, ortopedia, otorrinolaringologia, pediatria, odontopediatria, antropologia física, cirurgia plástica, prótese dentária, psiquiatria, psicologia, serviço social, e fonoaudióloga. Mas, na maioria dos casos, não serão necessários todos estes profissionais.
O diagnóstico precoce e o encaminhamento para o neurocirurgião permitirão que se faça a cirurgia e serão evitadas as complicações mais comuns: hipertensão craniana e a falta de desenvolvimento do cérebro, por motivo de ausência de espaço. Em São Paulo, existem Centros de Excelência e médicos preparados para um ótimo atendimento, entre eles está o Hospital Infantil Sabará.
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Fonte: Overview of craniosynostosis (setembro de 2011)
Autores: Samuel Stal, MD, Larry H Hollier, Jr, MD, Patrick Cole, MD, Section Editors, Leonard E Weisman, MD. , Helen V Firth, DM, FRCP, DCH Deputy
Atualizado em 26 de fevereiro de 2024