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De olho nas alergias!

De olho nas alergias!

De olho nas alergias!

A vida moderna trouxe uma série de comodidades e alguns problemas também. As alergias respiratórias, alimentares e de contato cresceram 18% nos últimos 10 anos, de acordo com pesquisas norte-americanas. No Brasil, a história se repete: uma criança em cada quatro sofre atualmente com o problema.

A resposta exagerada do organismo a determinadas substâncias – as reações alérgicas – levam a um processo inflamatório que acomete diferentes órgãos, como nariz, pele, olhos, pulmões e intestino.

Estudos apontam que cerca de 10 a 20% das crianças que vivem no Brasil sofrem de asma, doença inflamatória que atinge o pulmão e causa estreitamento brônquico, o que dificulta a passagem do ar.

O aumento na incidência desse tipo de problema pode ser atribuído a novos hábitos de vida, como ambientes mais fechados, pouco ensolarados e propícios ao acúmulo de alérgenos (ácaros, insetos e tecido epitelial, que protege a superfície externa do corpo, os órgãos e as cavidades corporais internas de animais domésticos). Outro fator seriam os níveis elevados de poluentes, que facilitam a sensibilização alergênica.

Entre os sintomas da asma estão cansaço aos esforços, crises de chiado ou um som agudo, tosse, dificuldade para respirar e até, em crises mais graves, falta de oxigênio no organismo. Além dela, outra alergia respiratória comum nos dias de hoje é a rinite, que afeta entre 20% e 25% da população urbana. Pessoas com o problema costumam apresentar coceira, espirros, obstrução nasal e coriza.

 

E quanto às alergias alimentares? Estudo recente publicado pela American Academy of Pediatrics apontou aumento de 18% nos casos de intolerância do organismo envolvendo crianças nos Estados Unidos.

A evolução das alergias alimentares é variável e depende do tipo de alimento e do grau de sensibilização do paciente. Em relação ao leite de vaca, a maioria deixa de apresentar reações após o terceiro ano de vida, mas alguns não. Para certos alimentos como castanhas, amendoim e frutos do mar, a sensibilização costuma ser persistente.

Leia também: Alergia alimentar: uma doença que vem crescendo com os hábitos modernos

Entre os alimentos que mais dão alergia nas crianças estão: leite, ovo, trigo e peixe. nos adultos, os mais problemáticos são as castanhas, o amendoim, os frutos do mar e os peixes. Os sintomas do mal incluem vômitos, diarreia e absorção intestinal, além de quadros cutâneos como eczema (inflamação da pele aguda ou crônica) e urticária (causa vergões vermelhos que coçam bastante e geralmente têm borda pálida).

A doença que mais leva crianças ao dermatologista, a alergia cutânea, como a dermatite atópica ou eczema e de contato, manifesta-se com sintomas de vermelhidão, descamação e coceira. O transtorno pode levar à lesão da pele pelas escoriações e complicar-se devido a processos infecciosos.

Também são comuns os quadros de urticária, caracterizados por coceira intensa com placas vermelhas pelo corpo e, às vezes, inchaços localizados e deformantes (angioedemas, acúmulo de líquido que atinge normalmente os olhos e a boca). Uma causa comum deste quadro é a sensibilidade a alimentos e medicamentos como anti-inflamatórios.

Vale ressaltar que as alergias são doenças determinadas geneticamente e têm tendência hereditária. Quando um pai tem alergia, a chance de ocorrência no filho é de 40%. Se ambos são alérgicos, essa possibilidade é dobrada para 80%.

Mas será que podemos nos prevenir desse tipo de problema? Não como evitar a herança genética, portanto na prevenção primária, temos que atuar para diminuir as sensibilizações, isto é, estimular a amamentação, ter hábitos de vida saudáveis, evitar ambientes com carga exagerada de alérgenos e o contato precoce com alimentos que induzam às alergias.

Na prevenção secundária, pode-se atuar diminuindo o contato com fatores desencadeantes de crises, como alérgenos (ácaros), alimentos problemáticos (ovo, peixe) e irritantes (fumaça de cigarro). Além disso, é importante fazer o tratamento preventivo indicado segundo a gravidade de cada caso. Na ocorrência da asma, por exemplo, é ideal que o tratamento seja feito de forma contínua e não somente em momento de crise.

Muitas pessoas costumam confundir a intolerância a determinados alimentos com a alergia. Ela depende de uma resposta do sistema imunológico, enquanto a intolerância está relacionada a uma deficiência enzimática (falta das pequenas moléculas de proteínas que promovem e aceleram todas as reações químicas do organismo e as comunicações intracelulares pelo sistema endócrino).

Atualizado em 15 de fevereiro de 2024

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