PESQUISAR
A doença celíaca é uma condição autoimune e acontece quando o corpo reage de forma negativa ao glúten – uma proteína presente no trigo, centeio e cevada. Essa reação causa uma inflamação no intestino e dificulta a absorção de nutrientes, provocando deficiências nutricionais e sintomas de má absorção intestinal, como diarreia, gases, desconforto abdominal e emagrecimento.
A doença celíaca ocorre em pessoas que têm predisposição genética e consomem o glúten, presente em alimentos como pães, massas, bolos e biscoitos. Os sintomas podem surgir em qualquer idade e são muito variados, especialmente em crianças e adolescentes. Problemas gastrointestinais são comuns em pessoas com doença celíaca. Porém, alguns pacientes são assintomáticos, e outros podem apresentar apenas sintomas extraintestinais, como dermatite, problemas de crescimento e anemia.
O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, que identificam os anticorpos característicos da condição, e da endoscopia digestiva, que permite visualizar a inflamação intestinal causada pela doença. Depois que a doença celíaca é diagnosticada, o tratamento baseia-se na eliminação total e permanente do glúten da alimentação. Isso exige atenção a cada refeição, leitura cuidadosa de rótulos e prevenção contra a chamada contaminação cruzada (quando alimentos sem glúten entram em contato com os que o contêm).
O acompanhamento médico e nutricional é essencial em pessoas com doença celíaca, especialmente na faixa etária pediátrica. Segundo um documento oficial da ESPGHAN (Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica), o seguimento regular das crianças e adolescentes com doença celíaca faz toda a diferença para a saúde e bem-estar!
Quando o glúten continua presente na alimentação de quem tem a doença – mesmo em pequenas quantidades, o intestino permanece inflamado. Com o tempo, isso pode trazer sérias consequências, como:
Por outro lado, a retirada do glúten da dieta de crianças e adolescentes que não têm doença celíaca pode prejudicar a saúde e o crescimento, levando a carências nutricionais. Além disso, o impacto emocional e social também conta: conviver com uma dieta restrita pode afetar a autoestima, a vida escolar e a rotina familiar da criança, especialmente na adolescência.
O monitoramento da dieta e da inflamação intestinal é feito periodicamente por meio de avaliação médica e de exames de sangue. Para pessoas que convivem com a doença celíaca, a transição da adolescência para a vida adulta é um momento crítico e deve ser monitorado e acompanhado de perto pela equipe de saúde.
A boa notícia é que, com o apoio certo, a maioria das crianças com doença celíaca tem uma vida absolutamente saudável! O segredo está em envolver toda a família nessa nova forma de comer e viver – com segurança, leveza e criatividade na cozinha.
Se você desconfia que seu filho(a) possa ter doença celíaca, ou se ele(a) já recebeu esse diagnóstico, saiba que você não está sozinho(a). Com orientação, cuidado e acolhimento, é possível garantir uma infância cheia de saúde e alegria – mesmo sem glúten no prato.
Para os profissionais da área, o artigo completo da ESPGHAN está disponível, em inglês, aqui.