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Doença celíaca em crianças: o que os pais precisam saber
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Doença celíaca em crianças: o que os pais precisam saber

Doença celíaca em crianças: o que os pais precisam saber

25/06/2025
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A doença celíaca é uma condição autoimune e acontece quando o corpo reage de forma negativa ao glúten – uma proteína presente no trigo, centeio e cevada. Essa reação causa uma inflamação no intestino e dificulta a absorção de nutrientes, provocando deficiências nutricionais e sintomas de má absorção intestinal, como diarreia, gases, desconforto abdominal e emagrecimento.

A doença celíaca ocorre em pessoas que têm predisposição genética e consomem o glúten, presente em alimentos como pães, massas, bolos e biscoitos. Os sintomas podem surgir em qualquer idade e são muito variados, especialmente em crianças e adolescentes. Problemas gastrointestinais são comuns em pessoas com doença celíaca. Porém, alguns pacientes são assintomáticos, e outros podem apresentar apenas sintomas extraintestinais, como dermatite, problemas de crescimento e anemia.

O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, que identificam os anticorpos característicos da condição, e da endoscopia digestiva, que permite visualizar a inflamação intestinal causada pela doença. Depois que a doença celíaca é diagnosticada, o tratamento baseia-se na eliminação total e permanente do glúten da alimentação. Isso exige atenção a cada refeição, leitura cuidadosa de rótulos e prevenção contra a chamada contaminação cruzada (quando alimentos sem glúten entram em contato com os que o contêm).

O acompanhamento médico e nutricional é essencial em pessoas com doença celíaca, especialmente na faixa etária pediátrica. Segundo um documento oficial da ESPGHAN (Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica), o seguimento regular das crianças e adolescentes com doença celíaca faz toda a diferença para a saúde e bem-estar!

Quando o glúten continua presente na alimentação de quem tem a doença – mesmo em pequenas quantidades, o intestino permanece inflamado. Com o tempo, isso pode trazer sérias consequências, como:

  • Déficit de crescimento e baixa estatura;
  • Deficiências de vitaminas;
  • Dores abdominais e problemas digestivos persistentes;
  • Atraso da puberdade;
  • Osteoporose;
  • Em casos mais graves, maior risco de linfoma intestinal.

Por outro lado, a retirada do glúten da dieta de crianças e adolescentes que não têm doença celíaca pode prejudicar a saúde e o crescimento, levando a carências nutricionais. Além disso, o impacto emocional e social também conta: conviver com uma dieta restrita pode afetar a autoestima, a vida escolar e a rotina familiar da criança, especialmente na adolescência.

O monitoramento da dieta e da inflamação intestinal é feito periodicamente por meio de avaliação médica e de exames de sangue. Para pessoas que convivem com a doença celíaca, a transição da adolescência para a vida adulta é um momento crítico e deve ser monitorado e acompanhado de perto pela equipe de saúde.

A boa notícia é que, com o apoio certo, a maioria das crianças com doença celíaca tem uma vida absolutamente saudável! O segredo está em envolver toda a família nessa nova forma de comer e viver – com segurança, leveza e criatividade na cozinha.

Se você desconfia que seu filho(a) possa ter doença celíaca, ou se ele(a) já recebeu esse diagnóstico, saiba que você não está sozinho(a). Com orientação, cuidado e acolhimento, é possível garantir uma infância cheia de saúde e alegria – mesmo sem glúten no prato.

Para os profissionais da área, o artigo completo da ESPGHAN está disponível, em inglês, aqui.

Dra. Nathalia Gioia

Dra. Nathalia Gioia

Médica Pediatra formada na Universidade Federal de São Paulo, com especialização em Gastroenterologia Pediátrica. É pesquisadora e responsável pelos atendimentos clínicos do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA) do Instituto PENSI. Também atua no Hospital Infantil Sabará.

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