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E o que será de nossos adolescentes II?
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E o que será de nossos adolescentes II?

E o que será de nossos adolescentes II?

09/11/2017
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Há algumas semanas, escrevi nesse espaço falando sobre a violência e a morte de mais de 43 mil adolescentes por ano vítimas de homicídio.

Hoje, volto a escrever sobre a preocupação com os jovens, só que sob o olhar da Educação. Dados de 2015, os mais recentes disponíveis, mostram que 22% dos jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola. O índice é similar ao registrado em 2000, quando eram 25%, segundo Ricardo Paes de Barros, um dos grandes estudiosos das desigualdades no Brasil. Isso, colocando em números, quer dizer que dos 10 milhões de adolescentes que deveriam estar na escola, se preparando para um mundo cada vez mais competitivo e que requer capacidades cognitivas, temos 1,5 milhão que nem se deu ao trabalho de se matricular, quase 2 milhões se evadiram das escolas e pouco mais de 1 milhão foi reprovado.

A reforma do ensino médio aprovada, onde se busca tornar a ida à escola mais flexível e aproximá-la dos interesses dos adolescentes, caminha na direção acertada, contudo será lenta e seus efeitos vão demorar a aparecer. Sem falar que ainda resta a adoção de uma base curricular comum para esta etapa escolar. O problema está longe de se limitar às aulas, às escolas e aos professores. Os problemas sociais que começam na desigualdade fazem parte das causas da evasão: externas à escola (pobreza, adicção às drogas e álcool, violência, gravidez adolescente), internas (má qualidade do ensino, ambiente escolar) e inerentes ao próprio jovem (baixas resiliência e motivação).

O estudo do Insper, Instituto Ayrton Senna e Instituto Unibanco mostra um desperdício de 7 bilhões de reais, mas na minha opinião, muito maior é o desperdício destas vidas humanas, sejam os números que mostram que 43 mil morreram em homicídios, sejam os 3 milhões de jovens que não terão empregos num mundo tecnológico que está por vir.

Se o Estatuto da Criança e do Adolescente (1995) e até mesmo nossa Constituição (1988) fossem realmente seguidos pelos nossos governantes e políticos, deveríamos estar em outro patamar. Infelizmente, Educação, Saúde, Assistência Social está mais nos discursos que nas ações, pelo menos é o que estes números infelizmente nos mostram.

Fonte:

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 7 de novembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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mensagem enviada

  • Sandra disse:

    Penso que, a sociedade está embasada no sucesso a qualquer preço. Isso faz com que jovens queiram escolher caminhos mais fáceis para alcançarem o sucesso – através de meios ilícitos, do sexo, da falta de escrúpulo nas tomadas de decisão e mais “milhão” de péssimos exemplos que temos todos os dias – a famosa”lei de Gerson” – levar vantagem em tudo. Não se acredita mais que a formação acadêmica o leva a uma melhor condição de vida.
    O Estado tem tentado diminuir a desigualdade social. Só que não se cobra uma contrapartida efetiva.
    Muitos desses jovens que estão fora das escolas, nasceram em lares altamente vulneráveis e irão perpetuar essa condição. A educação tem que ser para a vida, responsabilizando cada um por suas ações. Programas de planejamento familiar, controle de natalidade, o que quer que se denomine, é fundamental para estancar essa avalanche de crianças e jovens desesperançosos sobre o futuro de suas vidas.

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