PESQUISAR
Em geral, fazer escolhas tende a ser uma difícil tarefa em nossas vidas. São muitos estímulos visuais, informações que nos seduzem, tecnologias e um mundo competitivo, no qual a Educação também concorre e participa. Por este motivo, quando se trata da definição da escola dos filhos, imagino ser mais complicado. É importante que as famílias tenham em mente que as suas características como primeira instituição devem estar associadas às particularidades da criança, bem como da escola, tendo isso como prumo para a decisão.
Primeiramente, é válido ressaltar os diversos tipos de escola. Seja qual for seu ponto na resolução da matrícula, por resultados nos exames do ENEM, por índices de aprovações que a escola mantém nos melhores vestibulares, pela tradição, por suas relações com a escola, por despertar a curiosidade e o gosto pelo aprender, por razões econômicas, pela formação dos professores, pelo projeto pedagógico, intercâmbios, linha religiosa ou pelo espaço físico apropriado… Enfim, uma infinidade de aspectos, a decisão requer cautela e outras considerações que vão além das de ordem pedagógica.
Vamos considerar as necessidades específicas de cada criança, pois, muitas vezes, dois irmãos, por exemplo, podem ser recomendados para escolas diferentes, devido a seus tipos de temperamentos. Portanto, analisar cada criança faz toda a diferença. Lembre-se de questionar se a escola vai ao encontro dos traços de personalidade de seu filho, seu perfil psicológico e se a carga horária virá a facilitar seus processos de desenvolvimento ou não. Por fim, se lhe inspirou confiança.
Se pensarmos na visão de Piaget de forma bem simples, o conhecimento significa adaptar-se ao meio em que se vive, mas como vive nesse ambiente e como consegue adaptar-se? Esta é a questão: constituir as experiências, viver os conflitos, o aprender e o cotidiano de forma integrada. Nesse sentido, se os dois ambientes – casa e escola – falam a mesma língua, as possibilidades das estruturas emocional, social e cognitiva da criança se autorregularem serão maiores e, certamente, ela terá melhores condições de aprendizagem.
De modo geral, as elaborações emocionais e comportamentais que a criança ou o jovem traz a sua casa após a vivência na escola podem incidir no seu comportamento, demonstrando-se adaptativo, equilibrado, tenso, estressado, com pouca inclinação ao trabalho ou de fácil relacionamento. Observe se o ambiente da escola o acolhe e se há por parte de seu filho a sensação de pertencimento a este lugar, (a escola) que é dele, embora escolhido primordialmente pelos responsáveis. Será nesse espaço que poderá compartilhar com o outro o aprender, seja com seus iguais ou diferentes, e validar a confiança da aprendizagem segura.
Leia também: Educação terceirizada
Por Liliam Abrão Martins, professora de Ensino Fundamental I e Educação Infantil, psicopedagoga e analista junguiana.
Atualizado em 21 de agosto de 2024