Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Febre maculosa em crianças

O Estado de São Paulo já confirmou (até o dia 15 de junho) três mortes e investiga um quarto óbito por febre maculosa. A doença infecciosa, transmitida pela picada de carrapato-estrela, também conhecido por micuim, é prevenível por meio de medidas comportamentais que podem afetar nossos hábitos.

Segundo o Ministério da Saúde, como não existe prevenção por vacina ou medicação, o mais importante é a “prevenção ao parasitismo por carrapatos”. Isso significa que a saída é investir em certos hábitos, como evitar ambientes infestados pelo aracnídeo e usar roupas adequadas e repelente.

A febre maculosa é transmitida pelo carrapato quando este está infectado pela bactéria Rickettsia Rickettsii, que é a causadora da doença. Geralmente, esse carrapato infesta grandes animais como bovinos, equinos e capivaras. Para transmitir a doença, ele precisa ficar fixado à pele da pessoa por, pelo menos, quatro horas. Vale ressaltar que não existe transmissão de pessoa para pessoa.

A doença é caracterizada por febre, presença de manchas vermelhas na pele (as máculas), dor de cabeça, dor no corpo, desanimo e falta de apetite. Se houver demora na busca de tratamento, o risco de morte é altíssimo.

Como é endêmica na região Sudeste, a melhor prevenção, segundo o Ministério da Saúde, é evitar áreas de alto risco de infestação de carrapato estrela, principalmente durante os períodos de atividade de “estágios imaturos” dos aracnídeos (o micuim), que ocorre entre junho e novembro.

Os repelentes com DEET têm uma “ação melhor” contra o carrapato-estrela. Eles possuem “concentração mais alta” e, por isso, são os mais indicados. É preciso avaliar o uso desse repelente para crianças e idosos em função da toxicidade. A concentração de DEET autorizada pelas agências regulatórias no Brasil, de até 15%, não tem a eficácia desejada, já que significa que o indivíduo tem que aplicar a cada duas horas, e isso dificulta a aderência.

Vários repelentes de insetos com DEET são aprovados como seguros e eficazes. A concentração de DEET em um produto indica por quanto tempo o produto será eficaz. Você pode escolher a concentração mais baixa para fornecer proteção para o tempo gasto fora. Por exemplo: 10% DEET fornece proteção por cerca de 2 horas e 30% DEET protege por cerca de 5 horas. Uma concentração mais alta funciona por mais tempo, mas qualquer coisa acima de 50% DEET não oferece proteção mais longa. Os produtos DEET podem causar erupções cutâneas, especialmente quando são usados em altas concentrações, mas essas reações são raras.

Até que bebês e crianças tenham, pelo menos, dois anos de idade, sua pele pode ser diferente da pele de uma criança mais velha ou de um adulto. Aplique DEET com moderação quando necessário, e avalie os riscos de exposição a doenças potencialmente graves transmitidas por insetos e o possível risco de absorção de produtos químicos pelo corpo. Os pais de recém-nascidos e prematuros devem ser especialmente cautelosos ao decidir aplicar DEET ou outros produtos químicos na pele de seus filhos.

Outra opção é o uso da Icaridina. Crianças a partir de seis meses de vida já podem usar, mas de forma cuidadosa. Em relação à frequência de aplicação na pele, o correto é seguir a orientação do fabricante. Em geral, repita a aplicação a cada seis horas, mas há formulações preparadas para agir por 12 horas.

O tratamento adequado com antibióticos tem bom resultado. Portanto, isso não deve levar pânico às pessoas. Se você mora ou frequenta uma região onde está ocorrendo casos, fique atento(a) e procure pelo carrapato na pele de seu filho(a) e em você, retirando adequadamente.

 

Fontes:

https://www.estadao.com.br/saude/repelentes-funcionam-contra-o-carrapato-da-febre-maculosa-saiba-como-prevenir-doenca-nprm/

https://bvsms.saude.gov.br/febre-maculosa-brasileira/

https://www.healthychildren.org/English/safety-prevention/at-play/Pages/Insect-Repellents.aspx?_ga=2.246824001.499291094.1686846801-507582818.1684527604&_gl=1*j6tg0l*_ga*NTA3NTgyODE4LjE2ODQ1Mjc2MDQ.*_ga_FD9D3XZVQQ*MTY4Njg0NjgwMC42LjEuMTY4Njg0NzEyNC4wLjAuMA

 

Saiba mais:

https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/como-se-proteger-dos-insetos-que-transmitem-doenca/

https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/a-exposicao-das-criancas-a-inseticidas/

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