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Fumar está na moda?
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Fumar está na moda?

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29/01/2018
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Há alguns anos parece que o cigarro saiu da moda entre os jovens adolescentes. Talvez a dificuldade de se fumar em lugares públicos e a dificuldade de se fazer propaganda nos meios de comunicação de massa como TV e cinema, faça com que o número de jovens fumantes diminua. A indústria do tabaco deslocou os esforços de marketing para longe das formas tradicionais, direcionando para a internet desde 1998, meio que não tem as mesmas regulamentações dos veículos impressos.

Um estudo publicado na revista Pediatrics de fevereiro de 2018 mostra que os adolescentes envolvidos com o marketing online do tabaco eram mais propensos a tentar usar produtos com tabaco com mais frequência e com menos chances de parar de usá-los. O estudo sugere que o envolvimento ativo com o marketing online – como assistir a vídeos online ou usar sites de redes sociais para ver produtos de tabaco – pode colocar os adolescentes em maior risco de uso do que os métodos tradicionais de comercialização. Quase 12% dos adolescentes dos EUA – ou três milhões – se envolveram com o marketing online de tabaco em 2013-14.

Os pesquisadores analisaram dados de quase doze mil adolescentes americanos num estudo nacional de Avaliação da População para Tabaco e Saúde. Primeiro avaliando seu envolvimento com marketing online de produtos de tabaco em 2013-2014. Os pesquisadores acompanharam os entrevistados em 2014-2015 para determinar se os adolescentes:

1- Iniciaram o uso do tabaco;

2- Aumentaram a frequência de uso;

3- Engajaram e progrediram para o uso de outros produtos de tabaco (charutos, cigarros eletrônicos etc.);

4- Deixaram de usar tabaco.

Depois de explicar outros fatores de risco, eles perceberam que o engajamento com o marketing de tabaco online aumentou a probabilidade de início do tabaco em 26%, o aumento da frequência de uso em 60% e a progressão para o uso de outros produtos em 70%, reduzindo a probabilidade de cessação em 30%.

O marketing na Internet permite que empresas de tabaco atinjam indivíduos através de publicidade direta ao consumidor, o que encoraja os consumidores a participar de atividades promovidas. Além disso, este marketing facilita e incentiva a interação entre os indivíduos e os jovens podem ser especialmente vulneráveis devido aos altos níveis de uso de internet e redes sociais e sensibilidade à propaganda do tabaco.

Por se tratar de um problema de saúde pública, os autores sugerem que as autoridades de saúde e os órgãos de comunicação online entrem em acordo para limitar este tipo de marketing.

Leia também: Fumar faz mal a todos

Fonte: Pediatrics January 2018

Online Tobacco Marketing and Subsequent Tobacco Use

Samir Soneji, JaeWon Yang, Kristin E. Knutzen, Meghan Bridgid Moran, Andy S.L. Tan, James Sargent, Kelvin Choi

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 21 de novembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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