Em breves palavras, deixo aqui registrado um pouco da minha história com meu filho Otávio Marcos e o Dr. Fernando G. Pinto, que usou seus conhecimentos médicos, que não são poucos, para salvar meu filho.
Minha gestação, apesar de agitada com a correria do dia a dia, foi tranquila. Pressão, peso, desenvolvimento, exames morfológicos, tudo dentro da normalidade. O parto foi uma cesárea tranquila feita por falta de dilatação, mas, como eu tinha contração forte, o Otávio nasceu com 38 semanas exatas, pesando 3.100 kg e com 49 cm de altura. Um bebê calmo e, até então, tudo dentro da normalidade.
Quando o Otávio completou 4 meses de vida, percebi sua dificuldade de ingerir alimentos. Ele tinha ânsia e um olhar alto. Sua testa estava ficando dilatada e eu comecei a perceber que meu filho não estava mais como antes. Sua cabeça estava ficando com o formato diferente e eu não sentia, quando apalpava, sua moleira. As pessoas comentavam: “Nossa, o bebê é cabeçudinho”, e aquilo começou a me incomodar. Foi quando, em uma visita ao pediatra, o Dr. Paulo Roberto Missi, questionei sobre o assunto e ele mediu a cabeça do meu filho. A medida do abdome deu 49 cm e da cabeça 52 cm. Eu fiquei assustada e ele me orientou a ficar calma e solicitou que fosse feito um exame de ultrassom.
Depois de três dias, eu estava fazendo este ultrassom. O médico que realizou o exame era muito calado. Eu olhei a imagem e, sem entender nada, via algo grande. Perguntei a ele no final do exame e o mesmo me respondeu: “Seu filho tem um cisto na cabeça” e se retirou da sala. Meus olhos se encheram de lágrimas. Ali, senti um aperto no peito, uma impotência perante a notícia. Peguei meu filho nos braços olhei para o meu pai que me acompanhava e contei a ele.
No dia seguinte, fui correndo ao pediatra com o resultado. Ele olhou e disse que pediria uma tomografia da cabeça e me orientou a procurar um neuropediatra já levando o resultado do ultrassom.
Ali, começava uma corrida contra o tempo. Rapidamente fui levar meu filho para fazer a tomografia no Hospital Infantil Sabará. Meu esposo trouxe o resultado da tomo e, em seguida, fui procurar um neuro que atendesse crianças na cidade em que resido. Consegui marcar uma consulta com urgência com um neurocirurgião que atende crianças. Um senhor idoso que atende em grandes hospitais de São Paulo. Ao olhar os exames do meu filho, ele olhou em meus olhos e me disse as palavras mais frias que ouvi em toda a minha vida…
Ele me disse que o meu filho tinha o cérebro despedaçado e um cisto enorme na cabeça. Disse que o cérebro do meu filho não tinha se desenvolvido e que ele não andaria, falaria. Que se meu filho sobrevivesse, viveria em estado vegetativo e que não sabia como, mas não era nem para meu filho conseguir sustentar a cabeça, que já estava grande e pesava muito. Mas, mesmo ele tendo essa sustentação da cabeça e não tendo convulsões (que seria normal para uma criança com este tipo de deficiência), este era o diagnóstico.
Fiquei em choque. Absolutamente em choque. E perguntei se não havia algo que pudesse ser feito. Ele me respondeu que pediria uma ressonância, mas que eu nem precisava me desesperar, porque perante a medicina, meu filho já estava condenado.
Saí da clínica sem chão e minha mãe me aconselhou a ir fazer a ressonância o quanto antes e não desistir agora, como o médico tinha falado.
Voltei ao pediatra e ele me aconselhou a procurar na capital um hospital bom e a opinião de um segundo e até terceiro neuropediatra se fosse preciso.
Marquei a ressonância do meu Otávio no Hospital Infantil Sabará. Na recepção do hospital, vendo minha angústia e desespero de mãe, uma recepcionista me informou que o hospital não tinha neuropediatra para me atender naquele dia, mas que, em frente ao Sabará, havia a clínica do Dr. Fernando que atende essa especialidade. Ela se ofereceu para ligar lá e marcar uma consulta. Aceitei. Ela conseguiu uma consulta para meu filho às 14h. Ficamos lá esperando desde as 10h da manhã.
Ao chegar ao consultório, contei ao Dr. Fernando tudo o que tínhamos passado até ali. Mostrei os exames e ele deu o seu parecer:
“Não se preocupe! Seu filho precisa ser operado o mais rápido possível. Colocarei uma válvula peritoneal, pois ele tem uma hipertensão craniana com cisto aracnóide. Este cisto está localizado no meio do cérebro dele. A minha ideia é murchar este cisto e assim a válvula vai drenar o excesso de água no crânio. Mas tudo ficará bem.”
O Dr. Fernando estava indo para um congresso e retornaria dia 01 de outubro. Ele mesmo ligou para o Hospital Infantil Sabará e deixou a cirurgia do Otávio marcada para o dia 02 de outubro de 2012, às 05h da manhã.
No dia 01 de outubro, demos entrada na internação do Otávio por volta das 20h. Nesta época, meu filho havia acabado de completar seis meses de vida.
No horário combinado, o Dr. Bira, que faz parte da equipe do Dr. Fernando, foi até o quarto e fez os exames e a preparação do Otávio para a cirurgia, que levou cerca de 1h30.
Fiquei na porta do centro cirúrgico, apreensiva. Aguardando notícias do meu filho. Quando de repente, ouvi seu choro. Reconheci como sendo do meu filhinho.
O Dr. Fernando saiu acompanhado pelo Dr. Pedro e me deu a notícia de que tudo tinha corrido bem. A cirurgia do Otávio tinha sido um sucesso!
Meu coração se alegrou ainda mais quando vi meu bebê. Ele nem parecia que tinha passado por uma cirurgia tão delicada. Havia, em sua cabeça, logo atrás da orelha, um pequeno corte, onde a válvula foi colocada.
Agora, eu podia sentir a moleira do meu filho. Ele se movia normalmente e se alimentava sem sentir ânsia. Seu olhar estava natural, bem diferente de como era antes da cirurgia.
Naquele momento, eu agradeci a Deus por ter enviado anjos na Terra como o Dr. Fernando. Pessoa que exerce o sacerdócio da medicina com seriedade e amor ao próximo.
Aos 11 meses de vida, o Otávio começou a pronunciar suas primeiras palavrinhas: maçã, papá, batata, não, quero, rs…
Com 1 ano e 2 meses de vida, ele firmou as perninhas.
Hoje, o Otávio está com 1 ano e 7 meses e já anda, fala, corre, briga, entende tudo, dá risada. Meu filho tem se desenvolvido normalmente e de uma forma tão maravilhosa que o próprio Dr. Fernando disse, na última consulta que estivemos (em 20/09/2013), que não pediria nenhum exame, que agora eu só levaria meu filho para vê-lo quando ele completar 2 anos de vida.
Deixo aqui meu relato, minha experiência de vida como mãe e serva de Deus. Quero deixar a todos vocês que estão passando por isso, uma palavra de fé. Não importam as circunstâncias. Não importa o que te disseram. Continue buscando e crendo no seu milagre!
Deus opera milagres e cura enfermos. E, vez ou outra, ele usa pessoas naturais, como usou o Dr. Fernando, para promover a cura e a libertação do meu filho.
Grata pela oportunidade.
Por Vanessa C. Macêdo Parron
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Atualizado em 20 de maio de 2024