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O Ministério da Saúde aponta que o número de mortes de crianças de até um ano de idade chegou, em 2016, a 14 para cada mil nascidos vivos. Trata-se de elevação de 5% sobre os 13,3 apurados em 2015. A taxa de mortalidade infantil é um dos indicadores mais básicos do grau de desenvolvimento de uma sociedade, sendo quase inconcebíveis tendências de piora em sua evolução. É com perplexidade, pois, que se observa o aumento recém-medido no Brasil, pois não há registro de outra alta nas estatísticas padronizadas que têm início em 1990, quando a taxa era de 47 a cada mil. O progresso do Brasil nesse indicador vem dos anos 40, quando rondava assustadores 150 no censo do IBGE em 1940.
Infelizmente, são pouco explicativas ou justificáveis, até o momento, as explicações para essa triste piora em 2016. Foi mencionada, pela área técnica do governo, a epidemia de Zika (com 315 mortes), quando tivemos mais mortes por malformações graves. Outro fator seria a recessão econômica no período 2014-16, com impactos na renda familiar, na arrecadação de impostos e nos investimentos nas políticas públicas. Finalmente, entre as causas hipotéticas, está a queda dos índices de vacinação nos últimos anos, que estamos chamando a atenção nos últimos meses. Alerta recente do Ministério da Saúde também mostrou que 312 cidades relataram baixos índices de vacinação contra a poliomielite, que voltou a circular nas Américas após registro na Venezuela.
De todo modo, o país já obteve reduções expressivas da mortalidade infantil quando o gasto público era menor que o atual, graças a avanços no saneamento, na educação e na nutrição.
A Unicef registra que, historicamente, a queda da mortalidade infantil no Brasil está associada a uma série de melhorias nas condições de vida e na atenção à saúde da criança: segurança alimentar e nutricional, saneamento básico e vacinação estão entre elas. A instituição diz que a maior parte dos óbitos se concentra no primeiro mês de vida, o que evidencia a importância dos fatores ligados à gestação, ao parto e ao pós-parto.
A boa notícia, se é que pode-se dizer, é que números analisados mostram a volta da melhora em 2017. Apesar das melhoras significativas e de termos, com antecedência, atingido os objetivos do milênio neste indicador, falta muito ainda para alcançar os países desenvolvidos, onde a mortalidade infantil está na ordem de cinco a cada mil nascimentos.
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Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/07/sinais-de-alerta.shtml
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Atualizado em 11 de dezembro de 2024