Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Lidar com o luto: crianças devem assistir a funerais ou velórios?

Lidar com o luto: crianças devem assistir a funerais ou velórios?

Lidar com o luto: crianças devem assistir a funerais ou velórios?

Alguns pais me perguntam, enquanto pediatra, se é apropriado permitir que seus filhos participem de um funeral. A maioria dos especialistas concorda que as crianças devem ter permissão para participar do funeral ou velório se quiserem.

Participar de cerimônias dá ao seu filho uma chance de processar o que aconteceu, chorar, dizer adeus a uma pessoa querida e lidar com o luto de maneira saudável. Explique o que acontece nos funerais, inclusive que algumas pessoas podem estar chorando e que o corpo do falecido estará em um caixão. Então deixe seu filho decidir se quer ir.

Se uma criança está com medo, não a force a ir. Em vez disso, encoraje-a a honrar a pessoa de outro modo que seja significativo para ela.

Se ela não comparecer aos serviços formais, assegure-se de que ainda experimente o benefício resultante do luto com os entes queridos e permita que ela tenha lembranças da pessoa.

Crianças nunca devem se preocupar ou lidar com o luto sozinhas. Autores e pesquisadores do assunto dizem que, quando um pai ou mãe está doente, devem dizer às crianças que não se preocupem sozinhas, mas que compartilhem suas preocupações com um dos pais ou outro adulto responsável.

Preocupar-se com a criança, para que os desafios sejam enfrentados como uma equipe de pais e filhos, evita que as crianças se sintam sozinhas ou sobrecarregadas, modela boas habilidades para resolver problemas e melhora a resiliência.

Muitos pais e filhos precisam de ajuda para iniciar uma conversa sobre situações emocionalmente desafiadoras. As crianças são mais propensas a falar com adultos que ouvem com curiosidade e respeito.

Pedir a uma criança que conte ao adulto o que ela ouviu ou notou é, geralmente, um bom lugar para começar. Depois de ouvir, o adulto pode conectar as observações da criança à situação que está sendo enfrentada.

Outras abordagens para abrir uma conversa poderiam ser pedir à criança que diga aos pais como ela explicaria essa experiência desafiadora ou sentimento difícil a um amigo ou colega de classe. Ou ainda perguntar a uma criança o que outras pessoas que não viveram essa experiência ficariam surpresas em aprender.

Uma criança mais velha que reluta em mostrar tristeza por uma experiência perturbadora pode responder à pergunta: “Qual é a coisa mais idiota que alguém já disse a você?” As melhores conversas entre pais e filhos são aquelas em que a criança fala três vezes mais do que os pais.

Como pais, gostaríamos que pudéssemos proteger nossos filhos da tristeza e da perda. Infelizmente, a perda será sempre uma parte da vida, e se prepararmos nossos filhos para lidar com o luto de maneira saudável, eles estarão mais propensos a se recuperar.

Com o seu amor e orientação, o seu filho pode passar pela morte de um ente querido e construir habilidades de enfrentamento importantes que lhe permitirão permanecer resiliente quando ele inevitavelmente for confrontado com a perda novamente no futuro.

Lembre-se primeiro de cuidar de si mesmo. Você não será capaz de dar ao seu filho o tipo de apoio que ele precisa se você não tiver endereçado sua própria necessidade de sofrer.

Cuidar de si mesmo é um dos atos mais estratégicos da boa educação dos filhos, porque garante que você esteja totalmente presente e seja capaz de oferecer amor e orientação ao seu filho no momento de sua necessidade.

Saiba mais sobre este assunto nos posts do blog do Hospital Infantil Sabará:

Fonte: Pediatrics June 2017

Variations in Cause-of-Death Determination for Sudden Unexpected Infant Deaths

Carrie K. Shapiro-Mendoza, Sharyn E. Parks, Jennifer Brustrom, Tom Andrew, Lena Camperlengo, John Fudenberg, Betsy Payn, Dale Rhoda

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 17 de dezembro de 2024

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