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Está cientificamente comprovado que a brincadeira é um ponto importantíssimo do desenvolvimento da criança. Brincar não é “não fazer nada” ou “perda de tempo”.
Como nós estamos num blog sobre saúde infantil, nada melhor que esclarecer um pouco o que pode acontecer com uma criança que não brinca, ou porque está sem tempo (quantas atividades seu filho faz por semana?), ou sem incentivo (e assistir TV não se classifica como brincadeira).
Apatia, falta de criatividade, dificuldade no convívio social, incapacidade de compartilhar, de saber esperar e sem imaginação. Além de mais dificuldade de desenvolvimento de funções motoras (engatinhar, andar, coordenação motora grossa e fina) e cognição (capacidade de ler, falar, compreender). Acredito que nem de longe você quer isso para seu filho, não é?
E brincar precisa ser entendido como momento de brincadeira, ao contrário de atividades como esportes, idiomas, Kumon ou liderança para bebês, não importa o nível de ludicidade que eles ofereçam. Aqui um parênteses. Nada contra estas atividades. Mas nenhuma deveria substituir o tempo da brincadeira.
A coordenadora da Associação Brasileira de Brinquedotecas, Ingrid Cadore, explica que hoje o brincar, principalmente na escola, passou a ter a finalidade de ensinar outros conteúdos como inglês, matemática e informática. “As crianças pararam de brincar pelo brincar. E isso é sério, porque na hora em que se brinca sem compromisso, ela trabalha com conteúdos emocionais dela. Muitas vezes brincando, no faz de conta dela, está pondo muita coisa para fora e pensando a respeito”, comenta.
Com agendas que mais parecem de um adulto, as crianças muitas vezes têm dificuldade de administrar o tempo. Não vou entrar aqui no assunto das crianças que não brincam porque são lançadas no trabalho, que é tema para outro post.
A criança que não brinca não se aventura em algo novo. “As crianças que não têm a oportunidade de brincar ou com quem os pais raramente brincam sofrem bloqueios ou rupturas em seus processos de desenvolvimento”, explica um dos coordenadores do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Silvio Kaloustian, em entrevista à Fundação Promenino.
“A criança que não brinca não aprende, não tem interesse, não tem entusiasmo, não demonstra sensibilidade e não desenvolve afetividade”, afirma Giuliano Freitas, pedagogo do site Brasil Escola.
Em resumo, a maior consequência do “não brincar” é o amadurecimento precoce, levando essas crianças a assumirem um papel de adultos, quando deveriam ser apenas crianças. Eu não quero isso para meus filhos. E acho que você também não.
Só mais uma coisinha. Você percebeu que este texto tem várias referências de outros especialistas? É que no Tempojunto, a gente acredita tanto na importância da brincadeira e quer reduzir taaanto os prejuízos do não brincar que eu achei que só a minha palavra não bastava.
Bóra brincar agora!
Leia também: Ao brincar, o que seus filhos fazem?
Atualizado em 3 de setembro de 2024