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Nas Conferências Nacionais da AAP em Chicago no mês de setembro, assisti algumas palestras sobre medicina integrativa, sobre mindfulness e medicina alternativa. É sempre bom abrir nossas mentes para coisas que não conhecemos bem.
Aproximadamente 12% das crianças dos EUA – e mais da metade daquelas com condições médicas crônicas – usaram terapias desenvolvidas fora da medicina ocidental convencional. Um relatório clínico atualizado da American Academy of Pediatrics (AAP) traz aos pediatras a informação que eles precisam para aconselhar as famílias sobre essas terapias complementares.
Além de fornecer informações de base e pesquisa atualizada sobre terapias complementares selecionadas, o artigo “Pediatric Integrative Medicine“, da Pediatrics de setembro de 2017, exige educação médica expandida em medicina integrativa e solicita padrões de segurança mais confiáveis para uso de terapia complementar em crianças, particularmente para suplementos “naturais” com efeitos potencialmente tóxicos.
Muitas terapias complementares têm uma crescente evidência científica, sugerindo que podem ajudar com segurança a tratar uma variedade de doenças, de acordo com o relatório. Por exemplo, o ácido docosahexaenóico (DHA) no óleo de peixe mostrou ajudar para uma gravidez saudável e o desenvolvimento do cérebro fetal e está associado a sintomas de desordem de atenção / hiperatividade em algumas crianças, e a pesquisa mostra que certas cepas de probióticos podem encurtar a duração da diarreia infecciosa e ajudam a prevenir crises de dermatite. Outros estudos sugerem que terapias como a acupuntura mostram promessas na redução da dor pediátrica – especialmente associada à tensão e à dor de enxaqueca.
Alguns tratamentos populares, no entanto, possuem poucas evidências de apoio e podem potencialmente comprometer a saúde de uma criança. O relatório cita preocupações sobre a pureza e potência de produtos à base de plantas e outros suplementos dietéticos rotineiramente comercializados para famílias, por exemplo. Estes são classificados como alimentos em vez de produtos farmacêuticos e, portanto, estão sujeitos a regulamentos menos rigorosos que não requerem testes. Alguns produtos naturais têm qualidades terapêuticas, mas também efeitos potencialmente prejudiciais, como certos produtos à base de plantas que podem expor as crianças a metais pesados, como chumbo, mercúrio e arsênico.
Além disso, o relatório avisa que alguns produtos naturais interagem com medicamentos prescritos e provocam reações adversas. Um exemplo é a erva de São João, comumente usada para tratar depressão leve a moderada, o que pode interferir ou reagir com centenas de medicamentos prescritos que vão desde contraceptivos orais até ansiolíticos e medicamentos para hipertensão e coração.
O relatório da AAP encoraja os pediatras a perguntar aos pacientes e suas famílias sobre as terapias complementares que usaram, respeitando as diferentes perspectivas, valores e crenças culturais em “comunicação aberta e contínua centrada no bem-estar do paciente”. Muitas terapias complementares têm potencial significativo para ampliar o alcance dos tratamentos disponíveis para crianças, especialmente para aquelas que lidam com dor ou condições crônicas que são difíceis de gerenciar.
A chave é uma discussão aberta e contínua sobre benefícios promissores e ponderada contra possíveis riscos de quaisquer tratamentos usados. Tudo analisado sob um olhar científico.
Leia também: Entenda melhor a medicina alternativa e complementar
Fonte: Pediatrics – September 2017
Pediatric Integrative Medicine
Hilary McClafferty, Sunita Vohra, Michelle Bailey, Melanie Brown, Anna Esparham, Dana Gerstbacher, Brenda Golianu, Anna-Kaisa Niemi, Erica Sibinga, Joy Weydert, Ann Ming Yeh; SECTION ON INTEGRATIVE MEDICINE; Timothy Culbert, Melanie Gold
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 5 de novembro de 2024