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Há mais de quatro anos escrevendo para o Blog Saúde Infantil, do Hospital Infantil Sabará, sempre relatei a importância dos pais no cuidado da saúde bucal das crianças e o quanto eles são importantes durante as consultas. Nesse tempo todo sempre valorizei a ajuda dessas pessoas maravilhosas que atendem pelo singelo nome de: MÃES. Já escrevi vários posts homenageando-as, mesmo porque as mães são maravilhosas. Alguma disposição ao contrário? Claro que não, as mães são as mães!!!
Em um post publicado em junho de 2012, citei um trabalho de um periódico americano de 1985 que dizia que a escolha do dentista da família cabia à mãe em 84% dos casos. Mas os tempos mudaram, na época não havia nem internet e nem celulares, não nos moldes de hoje. Já se passaram 30 anos do estudo, e o comportamento das pessoas mudou muito também. Hoje, cada vez mais, as mães estão na labuta, buscando ajudar no orçamento familiar e por isso o cuidado com as crianças ganhou uma participação pra lá de importante dessas pessoas, também maravilhosas, que atendem pelo nome de: PAIS.
Colocado em um segundo plano no cuidado direto das crianças, essa pessoa que atende também pelas alcunhas de: velho, amigão, chefe, “papis” ou simplesmente PAPAI, tem importância capital na formação do caráter dos filhos. Os pais personificam a força, a parte mais severa e fria da educação dos filhos, mas essa figuração retórica já não se faz tão presente nos dias de hoje. Hoje em dia os pais são mais participativos, mais ternos, acompanham a criança no dia a dia e, se não é assim para a maioria, é para uma grande parte dos homens.
Vejo isso acontecer cada vez com maior frequência no consultório. Não apenas por conta das tarefas das mães, mas principalmente porque o amor de um pai pelo filho não é menor do que o da mãe. Vá lá, talvez a demonstração desse amor seja diferente, mas não venha pôr à prova meu amor pelos meus filhos. Nossos filhos são nosso maior tesouro. Como pai, sei de minhas limitações em aspectos educacionais, mas medir meu amor… Pode existir igual, mas maior, garanto, não há.
Por incrível que pareça, a presença dos pais no consultório tem aumentado bastante, e isso torna o ambiente ligeiramente diferente. Os pais, de maneira geral, são mais exigentes com os filhotes. Não tem aquela história que acontece muitas vezes com uma mãe que não vê seu filho obedecer: “se você não ajudar o doutor, vou contar para seu pai”. Com o pai na sala, esse papo muda, talvez até pelo histórico, o pai impõe-se mais sobre os filhos. Para crianças trabalhosas no consultório, isso facilita muito a vida do dentista.
Percebo também os pais mais participativos nos cuidados da saúde bucal dos filhos, ademais ele sabe que os custos de tratamentos longos e complexos custarão suor e horas a mais para pagar. Certa vez, vi um pai dar a seguinte dura no filho, que mal escovava os dentes: “lembra aquela bicicleta que eu ia te dar? Acaba de perder, porque eu vou pagar o dentista”.
Não me lembro de meu pai ter me levado ao dentista quando era pequeno, essa tarefa era da mamãe. Quando eu era criança, minha mãe não trabalhava fora, meu pai é quem trazia o dinheiro para o “leitinho das crianças”, mas seu amor não era menor e ainda me levava no jogo do meu time. Não há como colocá-lo em um patamar diferente de minha mãe no que tange ao amor dedicado, ao carinho e proteção da prole. Sua cultura e sensibilidade moldaram minha formação e caráter, sou o que sou por causa dele e de seus ensinamentos.
Por isso, nesse mês de agosto em que se comemora o Dia dos Pais, sem o apelo comercial, por favor, ainda que marcante, gostaria de agradecer àqueles pais sensacionais que cuidam de seus pequenos, formando-os para um mundo melhor. Gostaria também de mandar um beijo para as crianças as quais seus pais me entregam um pouquinho para cuidar, transformando-me em “pai postiço”, mesmo que por alguns minutinhos. Não posso deixar também de mandar um beijo saudoso lá para o céu, onde meu pai está velando por mim e por minha família; e para meus filhos, que desde sempre me fizeram ser mais consciente e cioso de minhas responsabilidades e obrigações.
Atualizado em 20 de setembro de 2024