Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

O homem do ano desta vez é um garoto de 15 anos

Garoto do ano

Crédito: Dina Litovsky for TIME

Escolhido como “Kid of Year 2024” ou seja “Garoto do Ano 2024”, Heman Bekele é um jovem de 15 anos, nascido em Addis Ababa, na Etiopia, e que hoje vive nos Estados Unidos. Sua descoberta científica ajudará milhares de pessoas a se prevenir contra o câncer de pele em seu país natal.

Antes de emigrar para os EUA com sua família, quando tinha 4 anos, Heman relembra que algumas de suas primeiras memórias eram de ver trabalhadores sob o sol escaldante, geralmente sem proteção para a pele. Seus pais ensinaram a ele e suas irmãs a se cobrirem e explicaram os perigos de passar muito tempo ao ar livre sem protetor solar ou roupas adequadas.

Alguns anos atrás, ele leu sobre o imiquimod, um medicamento que, entre outros usos, é aprovado para combater uma forma de câncer de pele e tem se mostrado promissor contra vários outros. Normalmente, o imiquimod, que pode ajudar a destruir tumores e geralmente vem na forma de um creme, é prescrito como um medicamento de primeira linha como parte de um plano mais amplo de tratamento do câncer, mas Heman se perguntou se ele poderia ser disponibilizado mais facilmente para pessoas nos estágios iniciais da doença. Uma barra de sabão, ele calculou, pode ser apenas o sistema de entrega para um medicamento que salva vidas, não apenas porque era simples, mas porque seria muito mais acessível do que os US$ 40.000 que normalmente custam para um tratamento do câncer de pele.

Hoje em dia, muitas pessoas estão prestando atenção nele. Em outubro passado, a empresa 3M e a Discovery Education selecionaram Heman como o vencedor do Young Scientist Challenge. Seu prêmio: US$ 25.000. Sua realização: inventar um sabonete que poderia um dia tratar e até prevenir várias formas de câncer de pele. Pode levar anos até que tal produto chegue ao mercado, mas neste verão Heman já está passando parte de cada dia da semana trabalhando em um laboratório na Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, em Baltimore (EUA), esperando concretizar seu sonho. Quando a escola estiver em aula, ele estará lá com menos frequência, mas continuará se esforçando. “Sou realmente apaixonado por pesquisas sobre câncer de pele”, diz ele. “Seja minha própria pesquisa ou o que está acontecendo no campo. É absolutamente incrível pensar que um dia minha barra de sabão poderá causar um impacto direto na vida de outra pessoa. É por isso que comecei tudo isso em primeiro lugar”, completa.

Ele dá crédito à família, especialmente aos pais, por preparar o cenário para suas realizações. Sua mãe, Muluemebet, é professora. Já seu pai, Wondwossen, é especialista em recursos humanos da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional. O exemplo do sacrifício deles, vindo para um país desconhecido a serviço da educação dos filhos, o imbuiu de um amor pelo aprendizado e um compromisso em buscar o improvável – ou mesmo o aparentemente impossível. Seus pais e Vito Rebecca (biólogo molecular da Universidade Johns Hopkins que se ofereceu para ser seu mentor) não são os únicos adultos que o administram em sua longa jornada científica. Ele também é auxiliado por Deborah Isabelle, sua mentora da 3M.

Apesar de estar já cursando cursos avançado, Heman continua com sua vida de adolescente comum, fazendo parte de uma banda marcial de sua escola, onde toca flauta e trombone. Ele também gosta de ler e jogar xadrez.

Parabéns a revista Time por reconhecer o valor de um adolescente que fez uma pesquisa importante e que mostra o quanto devemos valorizar e reconhecer os jovens!

Fonte:

https://time.com/6996507/heman-bekele/

 

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