Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

O Papa Francisco e as crianças

“Eu curaria crianças. Nunca consegui entender por que as crianças sofrem. É um mistério para mim. Não tenho explicação. Eu me pergunto sobre isso e oro sobre a sua pergunta:  Por que as crianças sofrem?

Meu coração faz a pergunta. Jesus chorou e, chorando, compreendeu as nossas tragédias. Eu também tento entender. Sim, se eu pudesse fazer um milagre, curaria todas as crianças. Seu desenho me faz pensar: há uma cruz grande e escura, com um arco-íris e o sol atrás dela. Gosto disso. Minha resposta à dor das crianças é o silêncio, ou talvez uma palavra que se eleva das minhas lágrimas. Eu não tenho medo de chorar. Você também não deveria ter.”

Esse é o trecho de uma das cartas de um livro chamado “Querido Papa Francisco” onde ele responde as perguntas criativas e inteligentes de crianças que também revelam como elas são sensíveis às questões do mundo e da espiritualidade. Com a mesma jovialidade, Papa Francisco responde a perguntas insólitas, angustiadas e curiosas com a sabedoria de um grande mestre.

As crianças estiveram presentes em grande parte do pontificado de Francisco que faleceu nessa semana. Em sua primeira viagem, logo no início quando assumiu, ele veio ao Brasil no encontro da juventude, e se dirigiu aos jovens de maneira muito cativante, e continuou fazendo isso nos 12 anos seguintes.

Francisco falou das “periferias difíceis, nas quais os pequenos são frequentemente vítimas de fragilidades e problemas que não podemos subestimar”. Locais marcados por “pobreza, guerra, privação da escola, injustiça e exploração”.

“Tantas pessoas, ao invés de fazê-los brincar, os fazem escravos: isso é um flagelo. Uma infância serena permite às crianças olharem com confiança para a vida e para o amanhã. Ai de quem nelas sufoca o alegre impulso da esperança”, disse o Papa em 2013, durante o primeiro ano de seu Pontificado. “Faço um apelo às instituições para que realizem todos os esforços para proteger os menores, preenchendo as lacunas econômicas e sociais que estão na base da dinâmica distorcida em que infelizmente estão envolvidos”, havia reiterado na véspera do Dia contra o Trabalho Infantil no ano passado.

“Se eu pudesse fazer um milagre, qual milagre eu faria?

É fácil: que todas as crianças tenham o necessário para viver, comer, brincar, ir à escola. Este é o milagre que eu gostaria de fazer”, disse Francisco, ao responder a pergunta de uma criança da Indonésia, no âmbito da I Jornada Mundial das Crianças realizada no Estádio Olímpico de Roma.

“Em vocês, crianças, tudo fala de vida, de futuro, e a Igreja, que é mãe, as acolhe e as acompanha com ternura e esperança”

Descanse em paz Papa Francisco, sua presença entre nós foi marcante e sua ausência fará muita falta nesse mundo conturbado da atualidade.

Fontes:

Vatican news infância

Vatican news trabalho escravo

Vatican news encontro com as crianças

Sair da versão mobile