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O papel do feminino e do masculino na Educação
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O papel do feminino e do masculino na Educação

O papel do feminino e do masculino na Educação

17/02/2017
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O tema Educação é um tanto amplo e controverso, atravessa várias linhas filosóficas e pedagógicas e segue pelo caminho da Psicologia do Desenvolvimento, das técnicas e estratégias de planejamentos, de disciplinas e da tecnologia, a fim de que toda esta multidisciplinaridade seja aplicada ao ensino e possa impactar cada vez mais as famílias.

As escolas oferecem inúmeros atrativos, a fim de convencer por seus diferenciais, tanto de ordem pedagógica, arquitetônica, nutricional, logística e tantos outros. Esta competitividade, entretanto, favorece alguns aspectos da rotina do adulto, mas nem sempre garante o aspecto educacional, uma vez que educar é um movimento que vem de casa, de uma relação que se constitui no âmbito familiar.

Ao pensarmos nas linhas educacionais, é importante mencionar Alicia Fernandez, psicopedagoga argentina que pesquisou a respeito dos padrões de aprendizagem e, através de suas observações clínicas, como se dá o aprender na relação do sujeito com o meio. A autora coloca como as estruturas corporais, a experiência e o ambiente podem contribuir para a Educação. Segundo a autora, os fatores internos dos grupos familiares são de total importância e que provocam sintomas. Após tais observações e interpretações, Alícia Fernandez relaciona as questões de ordem educativa com o papel pedagógico da escola. Nessa linha de raciocínio, é imprescindível que a escola reconheça a criança em sua capacidade intelectual e lúdica para as descobertas do aprender, ou seja, é na relação que se dá a aprendizagem, e, portanto, no contato com o professor, professora, que a criança efetiva o aprender.

Alicia Fernandez percebe a figura feminina como curiosa e, em sua pesquisa, observou por que chegavam em seu consultório tantos meninos para serem atendidos. Um fator curioso levou a autora a escrever o livro A Mulher Escondida na Professora, que discute o papel feminino na Educação.

Em entrevista a uma revista de Educação, a psicopedagoga argentina colocou que lhe despertava a atenção por que a maioria dos casos relacionados a dificuldades escolares que chegavam ao consultório dela se dava com meninos e não com meninas. Um estudo realizado entre 1986 e 1989, com crianças e jovens menores de 14 anos, comprovou essa observação: 70% deles eram do sexo masculino. A constatação de que o cenário se repetia em outros países estimulou a investigação sobre o assunto. De modo bem resumido, a pesquisa mostrou que em casa as figuras femininas da mãe, avó, tia, babá, cuidadora, irmã mais velha eram as responsáveis pelos pequenos.

Com esses dados, Alícia Fernandez entendeu que os humanos aprendem por identificação.

Como na maioria das escolas de Educação Infantil as professoras são as primeiras ensinantes, a criança se exemplifica e quer imitá-la, e para os meninos torna-se mais complicado dar um significado prazeroso ao conhecimento. No caso das meninas, a Psicopedagoga levanta que suas dificuldades ficam escondidas porque o modelo que se tem de bom aluno é aquele que não questiona, é quieto, obediente, passivo e caprichoso nas atividades. Elas, em geral, reúnem essas características e, por isso, são valorizadas. Podem vir a ter outras dificuldades, como dificuldade em concentração, por exemplo, ou demais questões pedagógicas que não serão aprofundadas.

O exemplo da psicopedagoga argentina foi para ressaltar a importância do modelo na Educação e como este modelo dos primeiros ensinantes é significativo ao indivíduo, pois lhe afeta e lhe traz efeitos diversos.

O objetivo deste assunto não é entrar em questões de gênero ou preconceito, mas no valor do educar e das situações de aprendizagem em que a relação faz toda a diferença e que podem e devem ser exercidas por ambas as partes, tanto a feminina quanto a masculina.

Costumo recomendar aos pais que procurem participar da forma mais ativa possível da Educação de seus filhos, embora o modelo psíquico seja um fator intrínseco. Converse, questione, interaja com seu pequeno ou pequena, organize sua vida, faça intervenções pontuais e demonstre interesse por seu mundo. Pais e mães são igualmente capazes de levar os filhos a incríveis descobertas e para a tarefa primordial da vida de um ser, que é se autoconhecer, se individuar.

Leia também: A autoridade paterna

Atualizado em 9 de outubro de 2024

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