Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

O que fazer em caso de aspiração de corpo estranho

Aspiração de corpo estranho

Aspiração de corpo estranho

É sempre essencial que um adulto supervisione as brincadeiras dos pequenos. Muitos brinquedos, principalmente aqueles “piratas” podem apresentar peças pequenas e perigosas que podem ser ingeridas e gerar sufocamentos e até levar à morte em casos mais graves de engasgo. Não são raros esses tipos de acidentes com corpo estranho nas emergências dos hospitais.

Devido a curiosidade das crianças, elas costumam colocar as peças pequenas dos brinquedos no ouvido, boca e nariz. Além disso, é possível encontrar em exames moedas, tampas de canetas e partes de brinquedos. As últimas, aliás, são um perigo à parte, pois podem ser altamente tóxicas quando ingeridas.

A maioria das vítimas de aspiração de corpo estranho são lactentes e crianças nos primeiros anos de vida: estatísticas mostram que mais de 80% dos casos ocorrem até os três anos de idade. Os meninos são mais propensos do que as meninas. Na maior parte das vezes, o corpo estranho é deglutido e vai para o sistema digestivo, podendo ser eliminado nas fezes. Em alguns casos, é necessário algum procedimento para retirada do objeto. Se o corpo estranho for para as vias respiratórias, o quadro pode ser mais grave.

Metade dos casos são diagnosticados em até um dia após o acidente, porém, a outra metade diagnostica o problema dias ou até semanas após o acidente, quando a criança passa a apresentar sintomas mais intensos e até pneumonia. Se notar que a criança engoliu algo que não deve, você deverá procurar assistência médica o quanto antes.

Evite tentar retirar o objeto se não estiver visível. Remover esses objetos da boquinha das crianças, nariz ou orelhas pode tornar a situação ainda mais séria, pois esses objetos podem sair do lugar. Se forem aspirados para os brônquios, pode ocorrer um quadro de insuficiência respiratória. Em caso de asfixia, é muito importante que os pais ou responsáveis chamem um serviço de emergência.

Algumas manobras podem salvar os pequenos quando engasgam, mas só devem ser feitas por pessoas capacitadas e se a criança estiver consciente. Se o bebê for menor de 1 ano, o ideal é colocá-lo de costas no colo e dar firmes golpes em direção à cabeça, com a palma da mão na região do meio das costas.

Leia também: Engasgo: quando é preocupante

 

O QUE FAZER QUANDO A CRIANÇA ENGASGA: Manobra de Heimlich

A manobra de Heimlich é uma técnica de emergência para desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho, o famoso engasgo.  Não se esqueça de, antes de mais nada, chamar a emergência (192) ou os bombeiros (193).

Para crianças com menos de 1 ano:
1- Apoie a cabeça e o pescoço do bebê em uma das mãos. Coloque a criança com o rosto para baixo, apoiando a barriga dela no seu braço, mantendo a cabeça mais baixa do que o corpo. Apoie o seu braço na coxa.
2- Golpeie as costas da criança 4 vezes, com força, pressionando a palma da mão entre as omoplatas (asa de borboleta) dela.
3- Prenda o pequeno entre suas mãos, apoiando a cabeça e o pescoço em uma delas, e vire o bebê de costas. As costas, o pescoço e a cabeça do bebê devem ficar apoiados no seu braço, sendo que a cabeça deve ser mantida abaixo do corpo.
4- Usando 2 ou 3 dedos, faça 4 compressões no esterno (osso do meio do tórax). Comprima o esterno abaixando de 1,5 a 2,5 centímetros em cada compressão. Evite pressionar a ponta do esterno.

Para crianças de mais de 1 ano conscientes:
1- Posicione-se por trás da criança.
2- Passe os braços ao redor da cintura dela.
3- Posicione um punho fechado acima do umbigo e abaixo da caixa torácica (costelas).
4- Segure o seu punho fechado com a outra mão e puxe as duas mãos firmemente para trás e para cima, rapidamente, no sentido da caixa torácica, por 6 a 10 vezes.

A causa mais frequente de engasgos são os alimentos. A aspiração de produtos não-alimentares é menos frequente e requer diferentes medidas preventivas, pois envolvem também crianças maiores. Deve-se ter, inicialmente, o cuidado com o ambiente onde a criança mais permanece, evitando-se pequenos objetos jogados pelo chão ou em outros lugares ao alcance da mesma, tais como pregos, parafusos, tampas de canetas e similares.

Leia também: os perigos de asfixia por alimentos

Deve-se selecionar os brinquedos segundo a idade: para crianças mais novas, por exemplo, aqueles que não contenham partes pequenas removíveis. Vale lembrar que alguns brinquedos determinantes do acidente não pertencem à própria criança, mas a irmãos mais velhos e por eles deixados ao seu alcance.
No Brasil, é ainda incipiente a atenção dispensada pela indústria e pelas autoridades e instituições de saúde à prevenção de acidentes por aspiração de corpos estranhos.

Atualizado em 16 de janeiro de 2024

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