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Pesadelos na infância e seus significados
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Pesadelos na infância e seus significados

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29/12/2017
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Pesadelos e terror noturno podem ser comuns na infância, principalmente numa idade antes dos cinco anos, quando as crianças não entendem bem o que é sonho ou o que é realidade. Ou podem significar uma situação estressante que a criança está vivendo.

Estudo mostra que vítimas de bullying têm maior risco de sofrer distúrbios no sono. Muitas crianças que são intimidadas sofrem em silêncio. O trauma pode levar a ansiedade, depressão, episódios psicóticos e até suicídio.

Pode haver uma maneira de identificar vítimas de bullying antes de sofrer sérios problemas de saúde mental, de acordo com um estudo apresentado em maio de 2017 na reunião anual das Sociedades Acadêmicas Pediátricas (PAS) em Vancouver, British Columbia, Canadá.

Pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, descobriram que os pesadelos ou os terrores noturnos eram mais comuns em crianças de 12 anos que relataram que foram intimidadas quando tinham 8 e 10 anos de idade. Os pesadelos são relativamente comuns na infância, enquanto os terrores noturnos ocorrem em até 10% das crianças. Quando  ocorrem com frequência ou durante um período de tempo prolongado, eles podem indicar que uma criança / adolescente está sendo intimidada por colegas ou sofrendo algum tipo de abuso. Essas excitações no sono podem indicar uma angústia significativa para a criança.

Os pesquisadores analisaram dados do Avon Longitudinal Study of Parents and Children, examinando os determinantes do desenvolvimento, saúde e doença durante a infância e a adolescência. As crianças foram matriculadas no nascimento e 6.438 foram entrevistadas nas idades de 8 e 10 anos sobre o bullying e aos 12 anos sobre distúrbios do sono, incluindo pesadelos, terrores noturnos e sonambulismo.

Os resultados do levantamento mostraram que, aos 12 anos, 25% das crianças tinham pesadelos, 10% apresentavam terrores noturnos, 13% relataram sonambulismo e 36% tinham pelo menos um tipo de distúrbio ligado ao sono (pesadelos, terrores noturnos e caminhar no sono).

Depois de ajustar outros fatores, como:

  • Diagnóstico psiquiátrico
  • Adversidade familiar
  • QI rebaixado
  • Problemas de internalização e externalização em instituições sociais
  • Abuso sexual ou físico
  • Violência doméstica
  • Pesadelos antes de 8 anos

As crianças que foram vítimas aos 8 ou 10 anos mostraram-se significativamente mais propensas a ter pesadelos, terrores noturnos ou sonambulismo a partir dos 12 anos. Além disso, aqueles que eram vítimas e intimidados eram muito mais propensos a ter alterações de sono, enquanto que os valentões ou agressores não apresentavam risco aumentado para algum distúrbio do sono.

Essas descobertas indicam que ser intimidado é um estresse ou trauma significativo que leva ao aumento do risco de problemas de excitação do sono, como pesadelos ou terrores noturnos, e é um indicador de que algo assustador está sendo processado durante a noite.

Os pais devem estar atentos ao sono de seus filhos, pois isso pode estar relacionado às experiências de serem intimidados por colegas e isso lhes pode proporcionar uma oportunidade de conversar com seus filhos sobre o assunto.

Nessa pesquisa, eles analisaram somente o bullying, mas entre as exclusões estão vários fatores que podem causar estresse e traumas que levam as crianças a dormir mal ou ter sono agitado. Isso sempre deve ser um sinal de alerta para os pais.

Leia também: Noites do terror: pesadelo ou terror noturno?

Fonte: Dr. Lereya will present “Can Bullying Become a Nightmare?”

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 12 de novembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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