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Já vi muita criança brincando e, mesmo antes de o Tempojunto existir, eu acreditava que a brincadeira era algo que qualquer criança poderia fazer, independentemente de seu estado ou da existência de alguma deficiência. Com o tempo, conversando com vários especialistas para o blog, constatei que minha teoria é uma verdade: a brincadeira é a atividade mais inclusiva possível para uma criança.
Se por um lado as crianças são as primeiras a apontar “alguma coisa diferente” que elas percebem nas outras, por outro, quando este primeiro estranhamento passa, elas também são as primeiras a esquecer o diferente e encontrar uma maneira de se relacionar – brincando – com o novo amigo. Isso acontece principalmente com os menores. Eu tendo a acreditar que é porque eles ainda não foram contaminados com nosso preconceito adulto.
Observando profissionais que trabalham com crianças que apresentam alguma dificuldade física ou mental, o brincar é a fonte de comunicação, de exercícios e de atividades que todos eles usam como ferramenta cotidiana. Se eles podem fazer isso, nós também podemos e devemos.
Com alguns cuidados e adaptações, há brincadeiras para todo mundo. Seja brincar com sons, formas e sensações. Ou brincar com os pés em lugar das mãos (com massinha, por exemplo). Seja jogando bola ou empinando pipa na cadeira de rodas, ou um desenho com sombras. O mais importante é valorizar as brincadeiras possíveis, em lugar de lamentar aquelas que serão mais complicadas. Até cócegas e cantar se transformam em brincadeiras com criatividade.
Se seu filho se enquadra em alguma descrição acima, deixe-o brincar. Você pode começar a apoiá-lo assim:
1- Observe seu filho e que tipo de coisa ele gosta de fazer.
2- Busque brincadeiras que valorizem o que ele pode fazer. Há um número infinito de brincadeiras, mas é preciso pesquisar para sair das mais comuns.
3- Ensine a seu filho sugerir brincadeiras quando estiver com outras crianças. Às vezes, uma dificuldade inicial de integração pode surgir da falta de uma boa sugestão de brincar que todos possam participar.
4- Converse com um especialista sobre o brincar. Muitas vezes, uma pequena adaptação já torna uma brincadeira acessível.
5- Deixe seu filho brincar com os irmãos, primos, amigos. Com adultos e com crianças. Deixe-o também brincar sozinho. Todas as crianças precisam destes momentos.
Leia também: Brincar no hospital – para a criança – é como brincar em qualquer lugar
Atualizado em 18 de setembro de 2024