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O Brasil é o segundo maior consumidor de vídeos do YouTube, segundo pesquisa coordenada pelo Media Lab da Escola Superior de Propaganda e Marketing.
Ser pai ou mãe nestes tempos me parece uma coisa difícil. Não quero parecer antiquado ou saudosista, mas lidar com redes sociais, games e outras coisas do mundo atual parece ser complicado de entender para pessoas da minha geração, nascidas muito antes do computador. É o caso de boa parte de avós e de alguns pais com que tenho contato.
Um dos principais públicos da plataforma de vídeo é o infantil. Dos 100 canais mais vistos no Brasil, 36 deles têm conteúdo direcionado ou consumido por crianças de zero a 12 anos, totalizando mais de 17 bilhões de visualizações.
Isso explica o sucesso do YouTube Kids, voltado para a faixa de dois a oito anos, que possui mais de 11 milhões de usuários ativos semanalmente.
As crianças enlouquecem com as redes sociais, principalmente o YouTube. É onde eles se dirigem para notícias, entretenimento, humor e até mesmo conhecimento sobre tópicos que vão desde as operações matemáticas a como jogar Minecraft. Mas além das coisas divertidas no YouTube, existem também conteúdos inadequados, anúncios a comentários negativos, palavrões e incitação ao ódio, entre outras coisas que preocupam muitos pais.
Passando um final de semana com meu neto Tomás, de oito anos, tive momentos de conviver com situações como esta e de conhecer alguns youtubers para crianças.
Confesso que foi difícil de ver e de entender por que as crianças ficam fascinadas com aquilo, mas esta é a realidade. Depois de um jantar, ele me falou que quer ser youtuber e que já está pensando em fazer seu canal de YouTube, não sabia se ficava preocupado ou orgulhoso.
Não há como filtrar todos os idiomas incorretos, vídeos impróprios para a idade ou comentários negativos de usuários no YouTube.
O Google, a empresa mãe do YouTube, tem uma filosofia orientadora de uma web aberta, onde quase tudo é permitido, a menos que seja ilegal, prejudicial ou extremamente ofensivo.
Recursos internos para tornar o YouTube mais seguro para as crianças:
Quando seus filhos fizerem login no YouTube, eles verão as playlists que você criou e poderão assisti-los, em vez de assistir ao que aparecer aleatoriamente ou pesquisando. As listas de reprodução também reformatam a seção para cima, para que seus filhos vejam apenas o próximo vídeo da lista e não um vídeo relacionado selecionado de forma indiscriminada.
Ao inscrever-se nos seus canais favoritos ou que você acha adequados aos seus filhos pequenos, eles são adicionados ao seu feed, para que as crianças possam clicar facilmente quando fizerem login. A inscrição também ajuda o YouTube a determinar outros vídeos semelhantes que você pode gostar.
Nas configurações da sua conta do YouTube (o pequeno símbolo de engrenagem), ative o modo restrito na parte inferior da página. Isso deve reduzir algumas das coisas inapropriadas para a idade.
Os vídeos relacionados ao lado do vídeo principal que você está assistindo serão reproduzidos automaticamente, a menos que você desative a Reprodução automática. Desligar isso impede que um vídeo potencialmente impróprio para a idade seja reproduzido.
Os bloqueadores de vídeo para download são criados por terceiros. Você pode adicioná-los ao seu navegador e configurá-los para bloquear vídeos por canal, assunto ou palavras-chave.
Ainda que muitas crianças sonhem em conquistar a fama por meio do YouTube, especialistas alertam que é preciso ficar atento para que isso não prejudique o desenvolvimento dos pequenos. Na prática, isso significa que a fama pode forçar as crianças a amadurecer mais rápido, além de tornar o ambiente mais propício para a sexualização e a exposição a conteúdos violentos.
Quando se está na internet e nas redes sociais, não há punição imediata para os atos. Não é como quando os pais dão bronca quando veem a criança fazendo algo de errado para ela entender que aquilo não está certo. Então parece que tudo é permitido, porque demora para a criança perceber as consequências.
Outra preocupação é em relação à publicidade infantil. O Instituto Alana, uma ONG de proteção da infância, denunciou ao Ministério Público mais de 20 empresas nos últimos três anos, afirmando que elas se aproveitam da fama dos pequenos youtubers para promover ações de marketing voltadas diretamente a crianças menores de 12 anos – algo que, por lei, é proibido.
Qualquer anúncio de produtos ou serviços para os pequenos deve ser direcionado aos pais, independentemente da plataforma em que é veiculado.
As redes sociais, em especial o YouTube, vieram para ficar, cabe aos pais e cuidadores tomarem as precauções para que isso não afete as crianças e evitem conteúdo inapropriado para seus padrões morais.
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As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 19 de dezembro de 2024