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A ciência moderna procura relacionar tudo com tudo. Às vezes me parece que estas relações são um pouco forçadas, no entanto, este estudo da revista Pediatrics publicado em janeiro de 2016 parece ser interessante para pediatras, pais e cuidadores.
O novo estudo sugere que fazer cigarros mais caros é uma forma eficaz de reduzir o número de bebês que morrem durante o primeiro ano de vida.
O hábito de fumar tabaco durante a gravidez está associado a problemas de saúde dos bebês que incluem baixo peso ao nascer, parto prematuro, malformações congênitas e Síndrome da Morte Súbita Infantil – as principais causas de mortalidade infantil nos EUA.
Os investigadores analisaram as taxas de imposto de cigarro para cada estado e no Distrito de Columbia e combinou-as com a taxa para determinar o total do imposto do cigarro em cada estado de 1999 a 2010. Eles determinaram que os impostos sobre os cigarros estaduais ajustados pela inflação subiram de US$ 0.84 para US$ 2.37. Durante esse mesmo período, a taxa média de mortalidade infantil diminuiu de 7,3 para 6,2 por mil nascidos vivos. Crianças afro-americanas, que tiveram uma taxa de mortalidade duas vezes mais elevada do que bebês brancos durante todo o período do estudo, tiveram declínio das taxas de 14,3 para 11,3 por mil nascimentos.
Após o ajuste para fatores como níveis de educação e renda, os pesquisadores estimam que um aumento no imposto sobre cigarro de US$ 1 por pacote resultaria em uma queda de mais de 3% na taxa de mortalidade infantil dos Estados Unidos. Isto se traduziria em cerca de 750 menos mortes infantis por ano, ou mais de 2 por dia.
Não sei analisar este efeito no Brasil, nossas causas de mortalidade infantil ainda estão muito relacionadas à pobreza e à falta de educação sobre higiene, além de problemas sanitários como rede de esgoto e de água encanada.
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Fonte: Pediatrics, January 2016
Cigarette Tax Increase and Infant Mortality
Stephen W. Patrick, Kenneth E. Warner, Elisabeth Pordes, Matthew M. Davis
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 23 de setembro de 2024