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As pessoas escutam muito falar sobre diabetes mellitus, mas será que entendem a doença?
Existe mais de um tipo de diabetes mellitus (DM) e, embora a dieta rica em açúcar seja colocada como causa da doença, nem sempre é assim. São exemplos de DM: DM tipo 1, DM tipo 2, Diabetes gestacional.
Na infância e adolescência, o diabetes mellitus mais comum é o tipo 1, uma doença autoimune que independe da dieta do paciente. Nesse caso, o sistema imunológico ataca as células beta do pâncreas que produzem insulina, hormônio essencial para o controle dos níveis de glicose no sangue. O pâncreas do diabético tipo 1 não produz insulina adequadamente. Sem o hormônio, a glicose não entra nas células e fica acumulada no sangue e, assim, começam a aparecer os sintomas.
A prevalência do diabetes mellitus tipo 1 varia globalmente. Estima-se que afete cerca de 0,1 a 0,5% na população em muitos países desenvolvidos; sua incidência tem aumentado no mundo todo, indicando um impacto crescente na saúde pública.
Na etiologia do diabetes mellitus tipo 1, a predisposição genética desempenha um papel importante, uma vez que certos genes aumentam o risco de se desenvolver a doença. Além disso, fatores ambientais – como infecções virais e exposição a toxinas – podem desencadear o início da doença em indivíduos geneticamente suscetíveis.
Os sintomas iniciais do DM 1 são: fome frequente, sede constante, vontade de urinar diversas vezes ao dia, perda de peso abrupta, fraqueza, fadiga, mudanças de humor, dor abdominal, náusea e vômito.
Pacientes com DM1 devem receber insulina subcutânea diariamente na forma de insulinas de longa ação e insulinas de ação rápida, a fim de controlar glicemia em jejum e após refeições.
O DM2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do DM2 está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo, mais frequente em adultos e idosos.
O diagnóstico de DM é feito com glicemia de jejum maior ou igual a 126mg/dl, glicemia ao acaso maior ou igual a 200 e/ou Hb A1c maior ou igual a 6,5%.
O acompanhamento pediátrico de rotina contribui para um diagnóstico mais precoce de DM1 em crianças e adolescentes, evitando complicações como a cetoacidose diabética. Após o diagnóstico, o paciente deverá ser acompanhado por um endocrinologista pediátrico.