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Suicídio em adolescentes, segunda principal causa de morte
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Suicídio em adolescentes, segunda principal causa de morte

Suicídio em adolescentes, segunda principal causa de morte

10/11/2016
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Em relatório clínico atualizado, a Academia Americana de Pediatria destaca o bullying, o uso da internet e o papel que esses e outros fatores desempenham nos casos de suicídio entre adolescentes. Com o índice de suicídio subindo para a segunda principal causa de morte entre adolescentes, a AAP publicou diretrizes atualizadas que aconselham os pediatras sobre como identificar e ajudar os adolescentes em risco.

No artigo “As tentativas de suicídio e suicídio em adolescentes“, a AAP alerta aos pediatras para triagem de pacientes para pensamentos suicidas e identifica fatores de risco ligados a tentativas adolescentes de suicídio, como o bullying e o uso patológico da internet.

O relatório substitui uma versão anterior que foi publicada em 2007. Naquela época, o suicídio foi a terceira principal causa de morte de adolescentes de 15 a 19 anos, agora está em segundo lugar, tendo passado até homicídio. Somente lesões não intencionais, tais como acidentes de trânsito e envenenamentos acidentais, tiram a vida de mais adolescentes.

De acordo com a AAP, fatores de risco para tentativas de suicídio incluem:

1- História familiar de suicídio

2- História de abuso sexual ou físico

3- Transtornos de humor

4- Drogas e álcool

5- Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros

6- Bullying (um importante fator de risco adicional)

Bullying sempre foi um grande problema para os adolescentes, mas agora há um maior reconhecimento da ligação entre bullying e suicídio”, disse o principal autor do relatório da AAP, Benjamin Shain, MD, PhD. A Internet é uma influência fundamental também. Cyberbullying, por exemplo, é tão grave quanto o bullying face-a-face.

A utilização da Internet que exceda cinco horas por dia está associada a níveis mais elevados de depressão e pensamentos suicidas entre os adolescentes, embora a Internet também possa ser uma importante fonte de apoio para eles. Os adolescentes também estão em maior risco de tentativas de suicídio se eles têm uma relação tensa com seus pais, vivem fora de casa, têm dificuldades na escola ou não estão frequentando a escola. Fatores de proteção citados incluem o envolvimento religioso e conexão entre os jovens e os pais, a escola e pares.

As taxas de suicídio variam de acordo com raça e sexo, de acordo com o relatório clínico. As meninas fazem mais tentativas de suicídio, mas os meninos morrem por suicídio a uma taxa três vezes maior do que as meninas, porque eles tendem a escolher métodos mais letais, tais como armas de fogo. As armas de fogo em casa são um perigo particular, de acordo com a AAP, com estudos mostrando que o risco de suicídio é de 4 a 10 vezes maior em casas com armas do que naquelas sem. A AAP recomenda que qualquer arma de fogo deve ser mantida trancada, com as munições armazenadas separadamente.

A AAP recomenda que os pais de adolescentes em situação de risco para o suicídio removam armas e munições da casa.

No Hospital Sabará, atendemos poucos adolescentes com tentativas de suicídio, mas elas existem. No Brasil, o índice de suicídios na faixa dos 15 a 29 anos é de 6,9 casos para cada 100 mil habitantes, uma taxa relativamente baixa se comparada aos países que lideram o ranking – Índia, Zimbábue e Cazaquistão, por exemplo, têm mais de 30 casos. O país é o 12º na lista de países latino-americanos com mais mortes neste segmento.

Leia também: 12 coisas que os pais podem fazer para ajudar a prevenir o suicídio

Fontes:

Pediatrics, July 2016, VOLUME 138 / ISSUE 1

Suicide and Suicide Attempts in Adolescents

Benjamin Shain, COMMITTEE ON ADOLESCENCE

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150922_suicidio_jovens_fd

Atualizado em 30 de setembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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