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Tudo o que você precisa saber sobre os sinais do autismo
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Tudo o que você precisa saber sobre os sinais do autismo

Tudo o que você precisa saber sobre os sinais do autismo

02/04/2021
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Nesta sexta-feira, 2 de abril, comemoramos o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

Chamado por especialistas de Transtorno do Espectro Autista, ou TEA, o autismo é um distúrbio do desenvolvimento neurológico (https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/) que uma criança pode apresentar desde o nascimento ou ainda no começo da infância. As principais características são o déficit na comunicação ou na interação social e os padrões restritos e repetitivos de comportamento. Atualmente, estima-se que uma a cada 54 (https://autismoerealidade.org.br/2020/05/29/novo-documento-afirma-que-1-em-cada-54-pessoas-possui-tea/) pessoas sejam autistas.

Mas como saber se uma criança é ou não autista?

Quando se fala que o autismo é um espectro (https://autismoerealidade.org.br/2019/12/06/do-leve-ao-severo-todos-os-lados-do-espectro-autista/), quer dizer que o transtorno se manifesta de forma múltipla.Cada indivíduo vai manifestá-lo de maneira única e, por isso, o processo de diagnóstico pode exigir um acompanhamento constante por meses ou até mesmo anos.

Há uma série de primeiros sinais que indicam a chance da criança ter o transtorno. Em geral, é possível fazer um primeiro diagnóstico em bebês de 18 meses. Vale lembrar que, em caso de suspeita de autismo, é importante que a criança seja avaliada por uma equipe médica multidisciplinar para analisar o caso e estabelecer o tratamento adequado. Quanto mais cedo (https://autismoerealidade.org.br/2020/01/29/a-importancia-do-tratamento-precoce/) esses sinais forem identificados, melhores as chances de desenvolvimento da criança.

Quais são os comportamentos que podem indicar o autismo?

As crianças autistas demonstram alterações sociais, de comunicação e comportamentais. Entre as sociais, podemos dizer que costumam evitar carinhos, mantêm pouco ou nenhum contato visual e não adotam expressões faciais adequadas ao contexto, por exemplo. O déficit de comunicação aparece pelo atraso na fala, repetição de falas fora de contexto (chamada de ecolalia https://autismoerealidade.org.br/2020/05/08/ecolalia-e-tea/) e a falta de resposta ao ouvir o próprio nome.

Na área comportamental, entre os primeiros sinais, podemos citar o apego à rotina, a obsessão por determinadas atividades, repetidas ao longo do dia e comportamentos chamados de estereotipias (ou stims https://autismoerealidade.org.br/2019/09/12/o-que-sao-as-estereotipias/), que são movimentos repetitivos, como balançar o troço, girar os dedos ou bater as mãos. Há uma série de outros comportamentos indicadores do autismo listados no site do Autismo e Realidade (https://autismoerealidade.org.br/2019/03/20/os-primeiros-sinais-do-tea/).

Uma outra maneira de perceber se a criança pode ou não ser autista é observar se ela segue o que se chama de marcos do desenvolvimento infantil (https://www.cdc.gov/ncbddd/actearly/pdf/other-lang/Brazilian-Portuguese-Checklists_LTSAE-P.pdf.
), que são comportamentos esperados para cada fase da infância. Aos 2 meses, por exemplo, é esperado que a criança comece a sorrir para as pessoas. Aos 4, é esperado que ela chore quando uma brincadeira acaba. Aos 6, já é possível reconhecer rostos familiares.Com 9 meses, os bebês típicos conseguem imitar sons e gestos e sentar sem apoio. Com 1 ano, a criança demonstra medo e responde a pedidos verbais simples.

No caso de crianças atípicas (https://autismoerealidade.org.br/2020/02/11/o-que-sao-os-marcos-de-desenvolvimento-infantil/.
), é comum que aos 6 meses façam pouco ou nenhum contato visual e prefiram fixar o olhar em alvos muito estimulantes. Entre 6 meses e 1 ano, podem ter dificuldade em alternar de um estímulo visual para outro e preferir fixar o olhar em objetos e seres inanimados, em vez de pessoas. Dos 12 aos 18 meses, a tendência é fazer cada vez menos contato visual e não sorrir ou sorrir muito pouco para pessoas familiares.

Se você desconfia que seu filho tem autismo, marque uma consulta com um especialista. O mais indicado é buscar um neuropediatra ou um psiquiatra infantil. (https://autismoerealidade.org.br/2019/07/31/qual-especialista-diagnostica-o-autismo/). No SUS, procure posto de saúde (UBS) mais próximo para ser encaminhado para um setor de especialidades ou seguir diretamente para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) da sua região (https://autismoerealidade.org.br/2020/06/16/centros-de-referencia-para-atendimento-de-pessoas-com-autismo/). Para ajuda especializada, a nossa base de instituições de apoio disponível no site da Autismo e Realidade reúne profissionais qualificados em todo o Brasil.

Como vão descobrir se a criança é autista?

Ainda não há exames de laboratório ou de imagem que possam confirmar o autismo. O diagnóstico é feito apenas por meio de avaliação clínica. A pessoa será observada por um ou mais especialistas habilitados, que contarão com o apoio de testes padronizados.

No caso de crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que o primeiro protocolo a ser usado seja a escala MCHAT (https://autismoerealidade.org.br/2019/05/08/o-que-e-a-escala-m-chat/). É um teste de 23 questões do tipo sim/não, que devem ser respondidas pelos pais de crianças entre 16 e 30 meses de idade que estejam acompanhando o filho em uma consulta pediátrica. A avaliação pela M-CHAT é obrigatória em atendimentos pelo SUS. Ela classifica o risco de autismo em baixo, moderado ou alto, a partir do resultado do teste.

A escala MCHAT atua como uma ferramenta para identificar o autismo de forma precoce. No entanto,a confirmação oficial do diagnóstico ainda depende de uma segunda avaliação por especialistas, em geral, com auxílio de outros protocolos. A escala MCHAT é recomendada apenas no caso de crianças com suspeita de TEA.

Há outros dois testes (https://autismoerealidade.org.br/2019/11/13/o-que-sao-os-testes-de-autismo/ .
) usados para confirmar o autismo. Um deles é a Entrevista de Diagnóstico de Autismo Revisada (ADI-R), para avaliar crianças e adultos com a idade mental mínima de 18 meses. O teste é composto de 93 questões, que devem ser respondidas pelos responsáveis e cuidadores.

O outro teste é a Programação de Observação Diagnóstica para Autismo (ADOS), uma entrevista pode variar de acordo com a idade da pessoa com suspeita de autismo. Ao contrário da ADI-R, a conversa na ADOS é diretamente com o indivíduo avaliado e o protocolo inclui, além do questionário, uma interação do avaliador com a pessoa, por meio de brincadeiras e jogos.

Mas o que provoca o autismo em uma criança?

Ainda não há uma causa determinada para o autismo. Sabemos hoje que ele é provocado não só por fatores genéticos (https://autismoerealidade.org.br/2020/04/22/a-genetica-do-autismo/) mas também ambientais. Isso é provado por exemplo pela prevalência em gêmeos. O autismo costuma se manifestar em ambos os gêmeos idênticos (https://autismoerealidade.org.br/2020/06/29/gemeos-tem-necessariamente-o-mesmo-diagnostico-de-autismo/) em 60% dos casos, apesar de terem a mesma composição genética.

Porém, algo hoje muito claro para a comunidade científica é: vacinas não provocam autismo (https://autismoerealidade.org.br/2019/03/25/vale-sempre-lembrar-vacina-nao-causa-autismo/
). Houve especialmente na década de 1990 e na primeira década do ano 2000, muitos questionamentos, mas jamais essa associação foi provada (https://autismoerealidade.org.br/2021/01/15/a-historia-por-tras-do-mito-de-que-vacinas-causam-autismo/) . O médico britânico que deu força à polêmica foi cassado em 2010.

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