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12 coisas que os pais podem fazer para ajudar a prevenir o suicídio
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12 coisas que os pais podem fazer para ajudar a prevenir o suicídio

12 coisas que os pais podem fazer para ajudar a prevenir o suicídio

30/08/2022
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Parece que o suicídio entre os jovens aumentou nos últimos tempos, principalmente após a pandemia. O tema já era alvo de preocupação constante da Organização Mundial da Saúde (OMS). Antes da pandemia, a OMS estimava que um em cada cinco adolescentes no mundo enfrentava desafios de saúde mental. No Brasil, entre os jovens de 15 a 29 anos o suicídio foi a quarta causa de morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal, de acordo com relatório divulgado em 2019. Não conheço outras estatísticas sobre esse assunto, mas vi um artigo da Academia Americana de Pediatria falando sobre prevenção de suicídio. Então, resolvi escrever sobre o assunto, adaptando-o à nossa realidade.

À medida que as crianças se tornam pré-adolescentes e adolescentes, torna-se mais desafiador para os pais saber o que estão pensando e sentindo. Quando os altos e baixos normais da adolescência se tornam algo para se preocupar?

Os pais e familiares podem ajudar os jovens a lidarem com situações difíceis de suportar. Veja alguns fatores que podem aumentar os riscos de suicídio e explore as sugestões abaixo. Essas etapas podem ajudá-lo a se sentir preparado para oferecer o apoio sem julgamento que seu filho precisa.

 

  1. Se você notar sinais de que a saúde mental de seu filho está ameaçada, fique atento:

Talvez, seu filho esteja apenas tendo um dia ruim, mas quando os sinais de problemas de saúde mental duram semanas, fique atento. Estudos mostram que 9 em cada 10 adolescentes que tiraram suas próprias vidas estavam lutando com problemas de saúde mental, como ansiedade.

Seu objetivo deve ser permanecer calmo, alerta e pronto para conversar. Não espere que eles venham até você. Você pode começar dizendo: “Você parece triste. Estou aberto para falar sobre isso, porque amo você e me importo com o que acontece com você”.

 

  1. Ouça — mesmo quando seu filho não está falando:

Não se surpreenda se seu filho se afastar quando você falar sobre saúde mental ou suicídio pela primeira vez. Lembre-se de que, mesmo que ele fique em silêncio no início, as ações podem falar ainda mais alto do que as palavras.

Fique atento a grandes mudanças nos padrões de sono, apetite e atividades sociais do seu filho. O autoisolamento, especialmente para crianças que geralmente gostam de sair com amigos ou praticar esportes, pode sinalizar sérias dificuldades. Se o seu filho está lutando mais que o normal com trabalhos escolares, tarefas domésticas e outras responsabilidades, esses são sinais adicionais que você não deve ignorar.

 

  1. Aqui estão algumas coisas que podem levar os jovens a pensar em acabar com suas vidas:
  • Perda de um ente querido por morte, divórcio ou encarceramento;
  • Bullying (presencial ou on-line);
  • Discriminação, rejeição ou hostilidade devido à identidade de gênero ou orientação sexual;
  • Racismo, discriminação e desigualdades e estressores relacionados;
  • História familiar de suicídio ou dificuldades de saúde mental;
  • Estigma (a crença de que é errado ou vergonhoso falar sobre saúde mental ou suicídio);
  • Fácil acesso a armas de fogo ou substâncias com risco de vida;
  • Testemunhar ou sofrer violência ou abuso doméstico;
  • Instabilidade financeira que causa preocupação e insegurança;
  • Suicídio na escola ou grupo de amigos.

 

  1. Tente não descartar o que você está vendo como “drama adolescente“. Nunca assuma que seu filho está exagerando ou brincando se ele disser ou escrever:
  • “Eu quero morrer”
  • “Eu não me importo mais”
  • “Nada importa”
  • “Eu me pergunto quantas pessoas iriam ao meu funeral”
  • “Às vezes, eu gostaria de apenas dormir e nunca mais acordar”
  • “Todo mundo estaria melhor sem mim”
  • “Você não terá que se preocupar comigo por muito mais tempo”

Muitas crianças que tentam o suicídio contam aos pais com antecedência (embora outras não). Estas palavras indicam uma necessidade urgente de ajuda. Leve cada afirmação sobre suicídio a sério.

 

  1. Responda com empatia e compreensão.

Quando seu filho fala ou escreve sobre suicídio, você pode se sentir chocado, magoado ou com raiva. Você pode até querer negar o que está vendo ou discutir com ele. Esses sentimentos são naturais e válidos, mas é essencial se concentrar nas necessidades do seu filho em primeiro lugar. Seu objetivo é criar um espaço seguro, onde o adolescente possa confiar em você para ouvir e expressar preocupação, sem julgamento ou culpa.

Evite reagir desta forma:

  • “Isso é uma coisa ridícula de se dizer”
  • “Você tem uma ótima vida – por que você acabaria com ela?”
  • “Você não quer dizer isso”
  • “Eu não posso acreditar no que estou ouvindo!”

Gerencie seus próprios sentimentos para poder responder com empatia:

  • “Parece que você está com uma dor tremenda e não consegue ver uma saída”
  • “Talvez você esteja se perguntando como a vida ficou tão complicada e difícil”
  • “No momento, você não tem certeza das respostas para os problemas que está enfrentando”
  • “Você deve estar realmente sofrendo por dentro para considerar acabar com sua vida”

 

  1. Obtenha ajuda profissional imediatamente:

Se o seu filho estiver se automutilando ou você sentir que ele corre o risco de tentar o suicídio, leve-o ao pronto-socorro do hospital local. Ação rápida é crucial quando as coisas chegam a um ponto de crise.

Os profissionais de saúde podem ajudar você e seu filho a criar um plano de segurança que abranja:

  • Sinais de alerta ou gatilhos que o adolescente acha que levarão a pensamentos suicidas;
  • Possíveis etapas para ajudá-los a lidar quando se sentem acionados;
  • Fontes de apoio: família, amigos, professores, mentores e outros;
  • Contatos de emergência e medidas a serem tomadas se as coisas piorarem.

 

  1. Remova ou proteja as armas que você tem em casa. Faça o mesmo com outras ferramentas e substâncias letais:

A pesquisa ‘Violência autoprovocada na infância e na adolescência’ identificou 15,7 mil notificações de atendimento ao comportamento suicida entre adolescentes nos serviços de saúde, predominando o grupo etário de 15-19 anos (76%), do sexo feminino (72%), e raça/cor da pele branca (58%), no período de 2011 a 2014. O estudo revela que a residência foi o local mais frequente dessas ocorrências (89% de 10-14 anos; 90% de 15-19 anos), e o meio mais utilizado foi envenenamento/intoxicação (7% e 78%, respectivamente nas idades de 10-14 e 15-19).

Quanto às internações decorrentes das tentativas em adolescentes, houve 12 mil registros entre 2007-2016, com predominância do sexo feminino (58%) e maior ocorrência na Região Sudeste (2,7 e 7,0 notificações/100 mil habitantes, nos grupos de 10-14 e 15-19 anos, respectivamente).

Reduza o volume de medicamentos disponíveis. Considere também comprar medicamentos de venda livre em embalagens blister em vez de frascos, para retardar o acesso aos comprimidos.

Outras ferramentas e substâncias potencialmente letais que você deve considerar trancar incluem:

  • Álcool;
  • Drogas ilícitas;
  • Produtos domésticos de limpeza e outros produtos venenosos;
  • Inalantes;
  • Facas, navalhas ou outras armas;
  • Cordas, cintos ou sacos plásticos.

 

  1. Quando seu filho entrar em tratamento, concentre-se em criar esperança:

Provavelmente, a equipe de atendimento ao seu filho recomendará uma combinação de etapas para reduzir os sintomas de saúde mental e os pensamentos suicidas. Medicamentos, terapia de conversa e técnicas de redução de estresse, como ioga, meditação ou diário, podem fazer parte do plano.

Forneça garantias realistas para o seu filho ao longo do caminho. Lembre-o (e a si mesmo) que tempos difíceis não duram para sempre. As pessoas sentem-se melhor quando recebem tratamento e apoio eficazes.

 

  1. Incentive-os a ver a família e os amigos:

Seu filho pode se sentir relutante em passar tempo com outras pessoas, mas você pode explicar que o apoio social o ajudará a se sentir melhor. Embora possa ser necessário mais tempo de silêncio no início, o incentivo gentil para sair com a família, amigos e vizinhos será útil. Evite disputas de poder em torno de eventos ou convites específicos, pois seu objetivo é respeitar as necessidades de seu filho e minimizar o estresse.

 

10. Sugira exercícios:

A atividade física alivia os sintomas de saúde mental e apoia o plano de bem-estar do seu filho. Seja sair para fazer uma caminhada diária, um treino de ginástica, uma aula de ginástica on-line ou qualquer outra coisa, o exercício irá:

  • Elevar o humor do adolescente, estimulando a produção de endorfinas (substâncias naturais no cérebro e no corpo que ajudam a equilibrar o estresse e controlar a dor).
  • Promover níveis mais altos de serotonina, outra substância cérebro-corpo que leva a humores positivos e sono reparador.

Os especialistas recomendam treinar de 30 a 40 minutos entre 2 e 5 vezes por semana. Qualquer forma de exercício é boa. O que mais importa é que seu filho goste dessa atividade e se sinta motivado a fazê-la regularmente.

 

11. Incentive o equilíbrio e a moderação:

Adolescentes em crise precisam ir com calma consigo mesmos. Isso significa adotar um ritmo realista e evitar experiências que possam ser esmagadoras.

Garanta ao seu filho que o autocuidado nunca é um sinal de fraqueza. Tudo o que fazemos na vida é afetado pela nossa saúde, por isso é essencial dar tempo para nos curarmos. Tarefas grandes podem ser divididas em tarefas menores e mais gerenciáveis ​​e, gradualmente, à medida que a confiança e a força do seu filho crescem, ele se sentirá pronto para assumir mais.

 

12. Lembrem um ao outro que isso levará tempo:

Você e seu filho se beneficiarão sabendo que o progresso virá em seu próprio ritmo. Contratempos podem acontecer – eles também fazem parte do processo de cura. Incentive seu filho a ser paciente e perdoar a si mesmo. Eles passaram por muita coisa, mas com os cuidados e apoio certos, vocês dois verões melhorias.

 

Fontes:

Academia Americana de Pediatria (Copyright © 2022)

Saiba mais:

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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