Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

A alimentação da criança com Transtorno do Espectro Autista

As 40 páginas de conteúdo podem ser acessadas clicando aqui!

Cartilha para profissionais da saúde, pais e cuidadores explora as especificidades do TEA desde as primeiras mamadas do bebê até as etapas avançadas da alimentação

Cerca de 80% das crianças com autismo apresentam seletividade alimentar. Essa condição, resultante da rigidez cognitiva e das alterações sensoriais do TEA, pode variar desde hipersensibilidade (em que a criança reage exageradamente a estímulos) até hipossensibilidade (em que busca estímulos mais intensos). Para apoiar pais, cuidadores e profissionais de saúde, o Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA), do Instituto PENSI, e o programa Autismo e Realidade desenvolveram a cartilha “A alimentação da criança com Transtorno do Espectro Autista”. O material aborda temas como seletividade alimentar, alterações gastrointestinais, as primeiras experiências alimentares, recusa alimentar e Transtorno no Processamento Sensorial.

“As crianças com TEA precisam de uma observação muito cuidadosa em relação aos alimentos, à capacidade que elas têm de consumir determinadas preparações, bem como à forma de contato com o alimento”, afirma o dr. Mauro Fisberg, pediatra e nutrólogo, coordenador do CENDA e um dos autores da cartilha. “O objetivo foi desenvolver um treinamento para diferentes profissionais da área da saúde, assim como para pais, cuidadores e demais interessados no tema.”

Cada criança é única, e nem todas com autismo apresentam essas alterações alimentares. Muitas vezes, problemas alimentares severos, associados a alterações sensoriais, não são exclusivos de crianças com TEA. Um olhar multidisciplinar é essencial para atender cada caso de forma adequada.

“Muitas vezes, a criança com autismo pode comer sempre igual, mas come muito bem dentro daquilo a que ela se propôs. O que precisamos ver é a gravidade do problema, se ela só restringe alguns alimentos ou deixa de comer um grupo inteiro — não ingere nenhuma proteína, por exemplo”, completa o dr. Mauro.

A cartilha detalha como essas crianças escolhem alimentos a partir de características como cor, consistência, textura, aroma, temperatura e sabor. Para facilitar a alimentação, é recomendado que os alimentos sejam preparados de maneira consistente e previsível. Estratégias para melhorar a relação da criança com a comida focam em promover sua autonomia.

Questões emocionais podem desencadear dificuldades alimentares e problemas gastrointestinais, comuns entre crianças com TEA. O dr. Mauro destaca a importância de observar alterações no comportamento da criança que possam indicar problemas digestivos, como maior irritabilidade ou recusa alimentar. A cartilha, escrita por profissionais especializados em pediatria, é um manual detalhado que guia o leitor desde as primeiras mamadas do bebê até as etapas avançadas da alimentação.

Com mais de 40 páginas de conteúdo, a cartilha visa preencher uma lacuna importante ao fornecer informações práticas e baseadas em evidências. Ela está disponível gratuitamente e pode ser acessada clicando aqui!

O guia não substitui um acompanhamento profissional individualizado e não tem o objetivo de orientar de forma personalizada cada caso. Pode ser utilizado como material de consulta para prevenir e lidar com as dificuldades alimentares mais comuns para a criança com TEA.

Por Rede Galápagos

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