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A obesidade infantil estaria relacionada às amizades?
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A obesidade infantil estaria relacionada às amizades?

A obesidade infantil estaria relacionada às amizades?

08/10/2012
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Já diziam os antigos: diga-me com quem andas e te direi quem és. Essa lógica também é cabível com relação à atividade física e à obesidade infantil. Parece claro que as crianças que ficam muito tempo em frente à TV não gostam de esportes e possuem amigos com o mesmo perfil.

Vários estudos independentes descobriram que as redes de amizades podem estar ligadas à obesidade em adultos e adolescentes, mas o mesmo pode ser dito para as crianças?

No estudo The Distribution of Physical Activity in an Afterschool Friendship Network, da revista Pediatrics de junho de 2012, pesquisadores da Universidade Vanderbilt analisaram dados de 81 crianças, de 5 a 12 anos de idade, que participaram do programa de atividades pós-escolares, durante 12 semanas. Essa pesquisa tinha como objetivo examinar se a rede de amizades de uma criança influencia sua atividade física.

Frequencímetros foram utilizados ​​para medir a atividade física e uma pesquisa foi feita para mapear a rede social de cada criança.

A influência mais forte na quantidade de tempo que as crianças passaram em atividades moderadas a vigorosas no horário extraescolar foi o nível de atividade dos seus amigos mais próximos. Aquelas que foram observadas tinham seis vezes mais chances ​​de se ajustar aos níveis de atividade dos colegas do que ao contrário. As crianças não fazem amigos ou terminam as amizades com base na atividade física.

Estes resultados sugerem que os laços de amizade desempenham um papel crítico no estabelecimento de padrões de atividade física em crianças dos 5 aos 12 anos. Os níveis de atividade das crianças podem ser aumentados, diminuídos ou estabilizados dependendo do nível de atividade da sua rede social imediata. As intervenções baseadas em redes têm o potencial de produzir mudanças clinicamente significativas na atividade física das crianças.

Cabe aos pais e professores estimularem os pequenos a aderirem às atividades físicas em grupos, a fim de aumentar o gosto por elas. A atitude criará vínculos que poderão tirá-los do sofá para aproveitar o ar livre, brincar e diminuir o risco da obesidade infantil.

Leia também: Seus filhos estão praticando atividade física suficiente?

Fonte: The Distribution of Physical Activity in an Afterschool Friendship Network, in the June 2012 Pediatrics (published online May 28)

Atualizado em 2 de abril de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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