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Armas de fogo, as crianças e jovens
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Armas de fogo, as crianças e jovens

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31/08/2015
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No ano de 1997, no Brasil, cerca de 7% do total gasto com internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde foram devido às causas não naturais, entre elas os acidentes por causas externas, como os acidentes automobilísticos, os ferimentos por arma branca e os ferimentos por armas de fogo. Em 2000, no país, 35% das internações hospitalares por causas externas ocorreram na faixa etária dos 15 aos 24 anos, e 37% dos 25 aos 39 anos, sendo que o sexo masculino compôs 84% do total desses pacientes (Souza, 2005).

As lesões e óbitos de adolescentes e adultos jovens por causas não naturais penalizam o indivíduo, desamparam seus familiares, aumentam o número de anos potenciais de vida perdidos, minimizam a produtividade social e econômica, impõem ônus ao país, afetando a economia e o crescimento.

Em 21 de junho, a Academia Americana de Pediatria e o Centro Brady para Prevenir a Violência Armada incentivou os pais a fazerem uma pergunta simples para manter as crianças seguras. Pergunte: “Existe uma arma na sua casa?” antes de deixar seu filho sair para brincar na casa de outra pessoa. A arma encontrada por uma criança pode mudar vidas para sempre em apenas alguns momentos.

Cerca de um terço dos lares americanos com crianças têm armas, muitas deixadas desbloqueadas ou carregadas. Falar com seu filho sobre os perigos das armas de fogo não é suficiente. As crianças são naturalmente curiosas. Se uma arma está acessível na casa de alguém, há uma boa chance de uma criança encontrá-la e brincar com ela. Incontáveis ​​tragédias ocorreram quando as crianças encontraram armas que os pais achavam que estavam bem escondidas ou armazenadas com segurança.

A AAP continua empenhada em reduzir lesões por arma em crianças, com leis mais fortes, um acesso universal a cuidados de saúde mental e financiamento necessário para os esforços de investigação e de prevenção de violência armada.

O crescimento exponencial da violência no Brasil nas últimas décadas vem ocupando cada vez mais espaço nos meios de comunicação e fazendo parte do cotidiano da população, tornando-se tema de várias discussões até mesmo no Congresso Nacional a respeito das armas de fogo, do estatuto do desarmamento, da impunidade, do aumento das penas e da diminuição da idade penal.

No Brasil, a violência é um dos principais problemas de saúde pública. É mais expressiva nas capitais e grandes cidades, predominantemente nos grupos da população mais jovem, do sexo masculino, residentes em áreas da periferia e com baixa escolaridade.

A partir da década de 1980, as mortes por causas não naturais cresceram gradativamente, ocupando a segunda causa de morte no país, entre todas as demais comparadas com todas as faixas etárias, ficando atrás apenas das doenças. Ao considerar-se a faixa etária compreendida dos 5 aos 45 anos, as mortes por causas externas, que se classificam como as causadas por acidentes automobilísticos, agressões em geral, ferimentos por arma de fogo, ferimentos por arma branca, envenenamentos, animais peçonhentos e suicídios, ocupam o primeiro lugar. Até a década de 1960, situavam-se em quarto lugar. O Brasil ocupa o segundo lugar em mortes por arma de fogo diante de 57 países pesquisados pela UNESCO. As mortes por arma de fogo registradas no país, nos últimos dez anos, superaram o número de vítimas de 26 conflitos armados no mundo, entre eles a Guerra do Golfo e a disputa territorial entre Israel e Palestina, que fizeram 125 mil vítimas em 52 anos de ataques mútuos. Nesse mesmo período, morreram no Brasil 325.551 pessoas vítimas de violência por arma de fogo, representando 100 vítimas por dia e boa parte delas são crianças.

As mortes decorrentes de ferimentos por arma de fogo foram responsáveis por 27% dos óbitos por causas externas na população total e por 42% na população masculina de 15 a 19 anos de idade.

Leia também: Violência e a depressão na infância

Fontes: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v18n1/10.pdf Caracterização das Vítimas de Ferimentos por Arma de Fogo, Atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Campo Grande-MS

Visite o ASK Day, para mais informações. ​

As informações contidas neste site não deve ser usado como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 14 de agosto de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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