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Violência armada continua a ser um problema de saúde pública entre as crianças. Homicídio por armas de fogo é classificado como uma das principais causas de morte relacionada a lesões para crianças a partir de um ano de idade nos EUA.
No estudo “Envolvimento de armas na vitimização de crianças”, da revista Pediatrics, pesquisadores examinaram dados sobre a exposição a armas de fogo entre crianças de dois a 17 anos, como parte da 2ª Pesquisa nacional de exposição infantil à violência.
Uma em cada quatro crianças tem sido exposta à violência que envolve uma arma, seja como testemunha ou vítima. Uma em cada 33 crianças tem sido diretamente agredida em incidentes envolvendo armas ou facas. Como se pode ver, existe um alto risco de contato com este tipo de violência nos EUA, mas não deve ser muito diferente no Brasil.
Crianças expostas à violência envolvendo uma arma tiveram maiores taxas de sintomas de trauma, poli vitimização (experimentando sete ou mais tipos de vitimização no ano passado). A exposição à violência envolvendo armas de elevada letalidade está associada a sintomas de trauma mais elevados, para além da exposição a todos os outros tipos de violência. Jovens expostos a gangues são duas vezes mais propensos a relatar serem vítimas da violência que envolve uma arma.
Os autores do estudo concluem que a exposição das crianças à violência envolvendo armas de elevada letalidade pode levar a problemas de saúde mental, tais como depressão, ansiedade e agressividade. É necessário mais trabalho de segurança e reforço das práticas para proteger as crianças deste tipo de violência.
No ano de 1997, no Brasil, cerca de 7% do total gasto com internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde foram devido às causas não naturais, entre elas os acidentes por causas externas, como os acidentes automobilísticos, os ferimentos por arma branca e os ferimentos por arma de fogo. Em 2000, no país, 35% das internações hospitalares por causas externas ocorreram na faixa etária dos 15 aos 24 anos, e 37% dos 25 aos 39 anos, sendo que o sexo masculino compôs 84% do total desses pacientes (Souza, 2005).
As lesões e óbitos de adolescentes e adultos jovens por causas não naturais penalizam o indivíduo, desamparam seus familiares, aumentam o número de anos potenciais de vida perdidos, minimizam a produtividade social e econômica, impõem ônus ao país, afetando a economia e o crescimento.
Leia também: Orientações para o tratamento de crianças vítimas de violência
Fonte: Pediatrics, jun 2015. Article: Weapon Involvement in the Victimization of Children.
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 14 de agosto de 2024