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Autoagressão entre jovens deve preocupar
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Autoagressão entre jovens deve preocupar

Autoagressão entre jovens deve preocupar

18/04/2018
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Em dezembro de 2017, presidi uma mesa cuja palestra, proferida pela professora Luci Pfeifer, abordou o tema “Da autoagressão ao suicídio”. Esse é um tema instigante e sobre o qual escrevo com alguma frequência no Blog Saúde Infantil. Como curiosidade, fui atrás de mais números do Brasil e fiquei muito impressionado com o que encontrei. O aumento de suicídio entre os jovens brasileiros foi de 30% nos últimos 25 anos. Em 2009, 196 jovens, entre 10 e 14 anos, e 566 jovens, entre 15 e 19 anos, cometeram suicídio em nosso país.

Novas pesquisas publicadas na revista Pediatrics de abril de 2018 descobriram que os jovens tratados por automutilação deliberada, mas não suicida, como os cortes superficiais, tinham 25 vezes mais chances do que os pares demograficamente parecidos de cometer suicídio no ano seguinte.

O estudo “Suicídio Após Automutilação Deliberada em Adolescentes e Jovens Adultos” acompanhou pouco mais de 32 mil pacientes entre 12 e 24 anos de idade que estavam inscritos no Medicaid entre 2001 e 2007. O risco de suicídio dentro de um ano variou consideravelmente conforme a idade, raça, entre outros fatores. Foi mais de quatro vezes maior para os homens do que para as mulheres. Além disso, o risco era acentuadamente mais alto para os índios americanos e nativos do Alasca do que para os pacientes brancos não hispânicos e para os pacientes que usavam métodos mais violentos de automutilação, especialmente armas de fogo.

O estudo também revelou diferenças entre adolescentes e adultos jovens que foram tratados para a automutilação inicial. Embora os diagnósticos de depressão e ansiedade fossem comuns em ambos os grupos etários, por exemplo, os adolescentes com automutilação tinham muito mais probabilidade de terem sido diagnosticados recentemente com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outros comportamentos disruptivos, enquanto adultos jovens tinham mais uso de substâncias e diagnósticos de transtornos de personalidade.

Os autores do estudo disseram que suas descobertas ressaltam a importância do acompanhamento dos jovens tratados por autoagressão para ajudar a garantir sua segurança.

No Hospital Sabará tivemos 5 crianças internadas e mais uma transferida por falta de vagas por tentativa de suicídio no ano de 2017. Por automutilação ou com CID de lesão autoprovocada tivemos uma internação e, se contarmos anorexia, tivemos mais 4 casos, sendo um muito grave. No Pronto-Socorro este ano foram atendidas 100 crianças com diagnóstico de automutilação.

Há dois anos criamos o Nacri, que é um núcleo de detecção para crianças de riscos emocionais que ficam internadas conosco. Estudos feitos por psiquiatras brasileiros e do exterior consideram que uma sociedade cada vez mais individualista e menos solidária faz com que os jovens se sintam sem uma rede de apoio. Existem tópicos que dizem que é necessário ser feliz e ter sucesso, ideias muito difundidas pelas redes sociais.

Saiba mais:

O suicídio entre jovens brasileiros

Dez coisas que os pais podem fazer para evitar o suicídio

Fonte:

Suicide After Deliberate Self-Harm in Adolescents and Young Adults

Mark Olfson, Melanie Wall, Shuai Wang, Stephen Crystal, Jeffrey A. Bridge, Shang-Min Liu, Carlos Blanco

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 29 de novembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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mensagem enviada

  • Sandra Maria F M C de Moura disse:

    Minha neta, foi diagnosticada com TDAH, ela vai fazer 12 anos em outubro/24.
    Ela é bastante ansiosa, faz tratamento psiquiátrico toma medicamentos e faz acompanhamento psicológico.
    Recentemente notamos que toda pequena lesão causada na sua pele por picada de inseto ou algum pequeno ferimento ela as cutuca, fica retirando a casquinha o que aumenta a lesão .
    Em qualquer situação que lhe causa insegurança, ansiedade ela belisca seu lábio causando até ferimento.
    Ela tem comigo um ótimo relacionamento, conversamos muito sobre vários assuntos, e tento ajudá-la a não ficar cutucando essas lesões, mostro para ela que com isso ela faz as lesões ficarem maior, o que pode causar infecções , mostro que ela pode ficar marcada, quando essas lesões se cicatrizarem.
    Sugiro colocar um curativo transparente em cada lesão , quando ela vai em minha casa, dizendo que é para lembrá-la de não se coçar ou cutucar aquela lesão. Ela permite, sem resistência, que eu coloque o curativo , pelo menos enquanto está em minha casa, permanece com ele.
    Mas não sei mais como posso ajudá -la. Tenho medo de que essas atitudes dela venham se agravar e passar à auto mutilações mais graves.
    Por isso estou pedindo ajuda, alguma orientação de como posso ajudá-la.
    Se puderem me sugerir algumas ações ou, uma bibliografia sobre o assunto, a fim de eu me orientar…
    Tenho capacidade ler e entender até algum artigo científico , sou pedagoga, com algumas especializações em pós-graduação, e algum entendimento sobre TDAH, TEA,
    Atuei toda a minha vida em escola pública na Rede Estadual de Educação, onde recebíamos crianças com esses tipos de transtornos, mas não tenho nenhuma especialização formal sobre eles.
    Só os estudos atualmente para poder ajudar meus netos, (tenho outro neto com TEA) e, enquanto trabalhava, para ajudar aos alunos que recebíamos na escola com tais transtornos.
    Aguardo retorno, agradecendo desde já.
    Atenciosamente,
    Sandra Maria

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