Estamos em uma época onde se discute projetos legislativos, tais como a cura gay, o aborto, a legalização de drogas, a maioridade penal, entre outros. Quando passeatas gays fazem parte do calendário de grandes cidades, existem personagens da novela das 8 que querem ter um filho por meio de uma barriga de aluguel. Por causa desse e de outros motivos, chego a ser abordado no consultório para auxiliar sobre como agir e o que fazer quanto à orientação sexual dos adolescentes.
A AAP (Academia Americana de Pediatria) publicou uma política sobre o assunto: “Cuidado ambulatorial para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e juventude questionadora”.
Realmente, este assunto agrada a poucos e desagrada a muitos. Porém, como pediatras e como um hospital dedicado à saúde na infância e na adolescência, não devemos nos afastar do assunto. As taxas de suicídio, de abuso de drogas, de depressão e de bullying estão cada vez mais altas e aumentam a cada ano. Estamos longe de ter uma juventude LGBT alegre e saudável capaz de formar adultos saudáveis e produtivos.
O papel dos pais, educadores e até dos pediatras é muito importante para detecção dos sinais de depressão, de potencial suicídio, de abuso de substâncias e de bullying.
A reação dos pais com relação a um jovem varia, especialmente, quando o assunto é voltado para orientação sexual. Saiba que o bullying e a vitimização na escola estão entre as causas que aumentam a depressão e as taxas de suicídio. Dessa forma, o apoio dos pais ao jovem é importante. Isso necessita, muitas vezes, de uma assistência psicológica eficaz para toda a família, coisa que no Brasil estamos muito longe de ter devido ao nosso sistema público e ao fato de poucos poderem arcar com o preço desse serviço.
Basta olhar o noticiário sobre crack ou sobre crimes violentos realizados por adolescentes, para vermos como estamos longe de ter uma assistência social que funcione.
Como comentado acima, o importante é que se discuta este assunto e que procuremos um caminho que se adeque às necessidades e aos anseios dos adolescentes com normas e políticas públicas de convívio social e de assistência adequada.
Leia também: Crianças transgênero existem sim
Fonte: Office-Based Care for Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender, and Questioning Youth | Pediatrics
Atualizado em 13 de maio de 2024