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Crianças desabrigadas e o papel do pediatra
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Crianças desabrigadas e o papel do pediatra

Crianças desabrigadas e o papel do pediatra

29/07/2013
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Não somos um grupo de “americanófilos”, que acha que tudo que é estrangeiro ou, sobretudo, americano é bom ou melhor. Porém, temos que dar os parabéns à Academia Americana de Pediatria (AAP) e à revista Pediatrics pela abrangência de assuntos contidos nos artigos publicados por elas.

O Hospital Infantil Sabará pertence a uma Fundação sem fins lucrativos, cujo objetivo é fazer pesquisas e oferecer estudos e ensinamentos na área de saúde infantil.

A saúde das crianças e a segurança da habitação estão intimamente ligadas e aquelas que não têm lar são mais propensas a sofrer de doença crônica, de fome e de desnutrição.

Em uma declaração na política “Cuidar de crianças e adolescentes sem habitação e em situação de insegurança habitacional”, publicada pela Pediatrics, a Academia Americana de Pediatria (AAP) faz uma série de recomendações sobre como o pediatra pode melhorar a saúde das crianças de rua.

Nesse cenário que vivemos, onde a miséria convive com a riqueza, e não só em São Paulo, mas em todo o Brasil, é fundamental que os pediatras reconheçam o impacto da falta de moradia para crianças e para famílias nas respectivas comunidades, além de considerar maneiras em que eles podem diminuir esse fardo.

De acordo com a AAP, por meio de parcerias com os recursos da comunidade para fazer as mudanças na prática, o pediatra pode ajudar as famílias a estabelecer uma fonte estável de cuidados de saúde de alta qualidade.

A AAP recomenda aos pediatras:

• Facilitar a matrícula de crianças elegíveis em lugares de atendimento público de saúde;

• Familiarização com a gestão de doenças crônicas em populações sem-teto;

• Checar a saúde da família para dar atenção integral e preventiva;

• Orientar as famílias para usufruir os recursos da comunidade;

• Identificar as causas subjacentes da pobreza;

• Auxiliar no desenvolvimento de cuidados baseados em abrigos.

A AAP também defende políticas públicas que aumentem o acesso das famílias à habitação, aos cuidados de saúde, às creches e outros recursos.

Como podemos ver, se nos EUA há essa preocupação, os nossos governantes precisam se preocupar com nossas crianças que são a prioridade máxima pela constituição de 1988 (em vigor). O hospital é muito pequeno para resolver todos os problemas. Somos uma gota no oceano, mas fazemos nossa parte, inclusive, falando sobre o assunto.

Leia também: Os riscos para a saúde de crianças carentes

Fonte: Providing Care for Children and Adolescents Facing Homelessness and Housing Insecurity | Pediatrics

Atualizado em 9 de maio de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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