Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Crianças e adolescentes não deveriam lutar boxe

Crianças e adolescentes não deveriam lutar boxe

Crianças e adolescentes não deveriam lutar boxe

Em tempos de UFC Rio, onde se apresentaram estrelas brasileiras deste esporte que é uma sensação entre os jovens do mundo todo, é bom refletir sobre artigo publicado na revista Pediatrics (da Academia Americana de Pediatria) sobre a prática de boxe por crianças e adolescentes.

O boxe não é um esporte apropriado para crianças e adolescentes, afirmam os médicos da Academia Americana de Pediatria (AAP) e da Sociedade Canadense Pediátrica (CPS), em uma nova normatização de política para a prática esportiva. “Queremos que as crianças e adolescentes prossigam praticando ativamente esportes e recreação, mas o boxe não é uma boa opção“, disse Claire LeBlanc, co-autor da declaração da nova posição e presidente do Comitê Vida Saudável e Medicina do Esporte. “Sugerimos que os jovens participem de esportes onde o foco principal não é golpes na cabeça aplicados deliberadamente.

Leia também: A importância dos jogos coletivos para as crianças e adolescentes

Pugilistas amadores correm sérios riscos de ferimentos no rosto e lesões cerebrais, incluindo a concussão. O cérebro das crianças é mais vulnerável ​​à concussão e sua recuperação leva muito mais tempo do que para adultos. Embora pugilistas amadores devam usar equipamentos de segurança, não há nenhuma evidência científica que mostre que os equipamentos usados realmente reduzem a incidência de contusões.

Enquanto a maioria dos esportes têm algum risco de lesão, o boxe é especialmente perigoso porque esses atletas são recompensados ​​por sucessivos golpes, deliberadamente voltados para a cabeça de seu oponente“, disse LeBlanc. USA Boxing e Boxe Canadá não mantém estatísticas sobre o número de participantes ou as taxas de lesão dos seus membros. No entanto, a National Electronic Injury Surveillance System apresenta dados dos ferimentos ocasionados pelo boxe coletados em setores de emergência de hospitais dos EUA. Em média, 8.716 acidentes por ano tiveram origem neste esporte, índice que aumentou significativamente de 1990 a 2008.

O relatório ainda aponta que 35% das lesões em homens e rapazes foram ocasionadas na cabeça e pescoço, especialmente concussões e lacerações. A concussão representou 8,1% dessas lesões e os índices foram semelhantes entre os grupos etários 12-34 anos de idade. Isto é preocupante, considerando que golpes repetitivos na cabeça ao longo do tempo podem ser fator de risco para encefalopatia traumática crônica, afirmaram os autores do estudo. A AAP e a CPS estão pedindo aos pediatras e a outros profissionais de saúde para desencorajar fortemente a participação de seus pacientes em lutas de boxe, além de orientá-los para esportes alternativos e outras atividades recreativas como natação, tênis, basquete e vôlei.

Fonte: “Boxing Participation by Children and Adolescents“. Publicado em Setembro de 2011 na Pediatrics.

Atualizado em 29 de janeiro de 2024

Sair da versão mobile