Anualmente, desde de 1992, a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA) define um tema de relevância a ser discutido na Semana Mundial de Aleitamento Materno. O lema para 2020 – “Apoie o Aleitamento Materno por um Planeta Saudável” – se centralizará nas consequências da alimentação infantil no meio ambiente/mudança climática e, sobretudo, como proteger, promover e apoiar o aleitamento materno para a saúde do planeta e de seu povo.
Este tema está alinhado com o objetivo 3 e 13 (que destaca os vínculos entre a amamentação e o meio ambiente/mudança climática), dos 17 a serem atingidos até 2030, definidos em uma agenda mundial e com o título de “Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.
Abordando exclusivamente o tema definido “Apoie o aleitamento materno para um planeta mais saudável” e tem como principais vertentes definidos para a semana mundial de aleitamento materno – 2020:
- INFORMAR pessoas sobre as ligações entre a amamentação e o ambiente/mudanças climáticas
- FIXAR a amamentação como uma decisão climática inteligente
- ENGAJAR indivíduos e organizações para obter maior impacto
- IMPLEMENTAR ações para melhorar a saúde do planeta e das pessoas através da amamentação
São inquestionáveis os benefícios do aleitamento materno para o bebê e para mãe, levando a uma redução da mortalidade infantil, diminuindo a chance de a criança ter alergias, infecções, diarreia, doenças respiratórias, otites, obesidade e diabetes tipo 2, e na mulher uma redução no câncer de mama.
Um estudo preliminar realizado – Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) – onde foram avaliadas 14.505 crianças menores de cinco anos, no período de fevereiro de 2019 e março de 2020, mostrou que entre as crianças menores de quatro meses, 60% se alimentam exclusivamente do leite materno. Já entre as menores de seis meses, o índice foi de 45,7%.
Temos muito ainda a melhorar! E, assim como o clima saudável é uma chave para o Desenvolvimento Sustentável, o aleitamento materno é uma das muitas soluções sustentáveis para a saúde do planeta, pois para a produção do leite materno requer apenas que a mulher consuma alimentos de boa qualidade nutricional, sem a necessidade de usar grandes recursos naturais, e consequentemente menor produção de resíduos, resultando em quase nenhum desperdício.
Ao contrário da alimentação com substitutos do leite materno que afeta o meio ambiente em todas as suas etapas, a começar pelo desmatamento de áreas, seguido dos métodos de produção, embalagem, estocagem, distribuição e preparação. Estima-se que apenas na transformação do leite da forma liquida para pó, são necessários o consumo de 4,5 litros de agua para cada um quilo de pó de leite, sem contar as latas de metal, plásticos e alumínio e papel utilizados e não reciclados acabarão em aterros rios e oceanos, provocando a contaminação e poluição do solo e de agua.
Segundo o Ministério da Saúde a “amamentação é um dos melhores investimentos para salvar vidas infantis e melhorar a saúde, o desenvolvimento social e econômico dos indivíduos e nações”.
Portanto todos somos responsáveis por tratar o meio ambiente como fonte de energia necessária à manutenção de todas as formas de vida e reconhecer que dependemos desta fonte de energia para a nossa sobrevivência, assim como de informar os inúmeros benefícios do aleitamento materno para o desenvolvimento da criança.