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Junho púrpura: distúrbios de aprendizagem escolar
4 —- Aprender o quê? Quem aprende, aprende alguma coisa, seja como conceito, palavra, ideia, imagem ou vocabulário.
- Aprender como? Quem aprende, aprende procedimentos, isto é, como realizar ações físicas ou simbólicas, que, de forma coordenada no espaço e no tempo, satisfazem a realização de um objetivo ou intenção.
- Aprender com quem ou com o que? Aprende-se observando ou imitando o fazer de alguém, ou através do seu ensino. Aprende-se, igualmente, com objetos ou recursos materiais ou simbólicos (livros, computadores).
- Aprender quando? A aprendizagem não depende apenas de uma fonte externa (um professor ou alguém que serve de modelo). Ela depende, igualmente, de recursos internos, de processos de desenvolvimento. O que é impossível ou muito difícil em uma fase ou momento da vida, torna-se possível na fase ou momento seguinte. Além disso, há defasagens nos processos de aprendizagem. Uns aprendem mais rápido e com mais facilidade. Outros, de forma mais lenta e difícil. Diferenças socioculturais, limitações ou problemas físicos ou neurológicos podem também prejudicar o ritmo das aprendizagens.
- Aprender quanto? O volume ou proporção de coisas a aprender pode ser exagerado para uma criança e perfeitamente adequado para outra. Às vezes, o que se sabe sobre um assunto é suficiente ou às vezes insuficiente, considerando o objetivo proposto pela própria pessoa, escola ou sociedade.
- Aprender por quê? Aprender é deixar, ao menos um pouco, de ser ignorante, é formar um patrimônio de informações, conhecimentos ou saberes que melhoram nossas relações com o mundo, as outras pessoas e conosco mesmo. É uma das experiências mais importantes de nossa vida, não importa o plano (físico, sensorial-motor, perceptivo, emocional, cultural, religioso, cognitivo ou social) em que acontece. Daí o sofrimento ou mal estar de quem tem dificuldades para aprender, seja por disfunções físicas ou neurológicas, seja por falta de oportunidades ou de recursos, quaisquer que sejam eles.

Dr. Lino de Macedo
Doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). É presidente da Academia Paulista de Psicologia e professor emérito do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Integra a Cátedra de Educação Básica do IEA (USP) e é assessor do Instituto PENSI.
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