Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Livro: um meio de propiciar momentos familiares muito agradáveis

Livro: um meio de propiciar momentos familiares muito agradáveis

Livro: um meio de propiciar momentos familiares muito agradáveis

Fui comprar um presente de aniversário para o meu sobrinho e acabei por decidir por algo “diferente”: um livro. Sim, diferente, porque hoje em dia as crianças não ganham mais este tipo de presente. Na verdade, o único que ele ganhou foi o meu! Isso me fez refletir, não só a respeito de minha escolha proposital de dar algo inusitado (sempre dou brinquedos para meus sobrinhos), como o lugar que esse objeto ocupa atualmente na vida dos pequenos.

Antigamente, quando eu era menina (século passado), já tínhamos a oferta de muitos brinquedos, é verdade. Por outro lado, não existiam os apelos atuais como videogames, tablets, programas de televisão 24 horas por dia! Na verdade, as casas tinham apenas uma televisão que dispunha de 3 ou 4 canais abertos e que passavam programação infantil em determinados horários muito específicos. De noite só havia novelas e filmes para “gente grande”. Assim, tínhamos que inventar o que fazer: brincar, dormir ou ler (já que não dispúnhamos de aparelhos portáteis para levar para a cama e continuar a jogar eletronicamente).

Acabávamos por viajar na imaginação e por criar o hábito tão bom da leitura. Mas a ideia não é saudosismo, mesmo porque nem todos na minha época liam tanto e nem eu sou tão velha. Mas sim questionar: isso é importante para meu filho(a)? Tenho cultivado esse hábito? Esse hábito é bom?

Ok. Sabemos que talvez os livros de papel estejam com os dias contados, afinal, dispomos de muitos artifícios digitais para efetuarmos a leitura. Mas, por outro lado, a televisão não acabou com o cinema conforme muitos predisseram. O fato é que a leitura pode ser encarada de uma forma muito positiva numa família. Sem querer fazer apologia sobre a importância de ler que, como já é sabido, desenvolve a escrita, a imaginação, a capacidade de interpretação, entre outros, mas pensando no relacionamento pais e filhos, podemos fazer desse instrumento um momento de convívio.

Conforme escrevi no último artigo, sabemos que o tempo hoje é escasso. Temos tantas facilidades que acabamos preenchendo nosso tempo livre com uma série de atividades (sem falar no trânsito nas grandes cidades que cada vez aumenta mais) e, com isso, nos esquecemos de coisas básicas: conversar, saber como foi ou está sendo o dia de cada um, dar carinho, ficar junto! E aí o livro entra!

Qual foi a última vez que você leu para seu filho(a)? Qual foi a última vez que, antes de dormir, você leu um conto para ele(a)? Como tem sido o tempo juntos? Que oportunidade boa essa então! O livro é um meio de propiciar um tempo “com qualidade” com seu(ua) filho(a).

Talvez, eu esteja sendo saudosista mesmo. Talvez, eu esteja querendo recuperar valores familiares. O livro que comprei para meu sobrinho foi “O livro das virtudes para crianças” (William J. Benett, 1997 – 1ª edição nos EUA em 1984). É um livro com uma “pegada” antiga que possui contos antigos e fábulas infantis de Grimm, Esopo, entre outros. É uma obra que reúne de historinhas curtas a alguns poemas. É fácil de ler e bem propício para esse momento pai/mãe/filho(a). Uma compilação de vários tipos de linguagem que passa valores morais importantes. Pode ser até piegas, mas valor moral é valor moral e isso não muda com o tempo. É uma leitura interessante, porque, por meio de Estórias, podemos também conhecer um pouco da História, de hábitos antigos, de coisas de antigamente. Recomendo!

E recomendo também ter sempre em mente: bom convívio familiar é fundamental no desenvolvimento dos pequenos. Ensinar e estimular são fundamentais. Para isso, é necessário estarmos juntos a eles! Que tal experimentar esse meio, tão antigo, e talvez por isso tão forte, que é o da leitura de livros?

E, a quem se interessar, fica a dica da obra que citei neste post, recheada de coisas antigas e atemporais.

Leia também: Como escolher um livro para leitura em família

Por Letícia Rangel, psicóloga

Atualizado em 17 de maio de 2024

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