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Memórias ausentes nas crianças adotadas – impactos emocionais e psicológicos
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Memórias ausentes nas crianças adotadas – impactos emocionais e psicológicos

Memórias ausentes nas crianças adotadas – impactos emocionais e psicológicos

14/05/2025
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A adoção é um processo complexo que afeta profundamente tanto os adotantes quanto os adotados. Para as crianças envolvidas, essa transição pode significar um novo começo, mas também apresenta desafios significativos, especialmente no que se refere à falta de memórias afetivas. Essas memórias desempenham um papel crucial na formação de vínculos emocionais, proporcionando uma sensação de segurança e pertencimento.

A importância das memórias afetivas

Memórias afetivas são aquelas que surgem de experiências emocionais marcantes, muitas vezes ligadas a cheiros, sabores e alimentos. Momentos como refeições em família, celebrações de aniversários e rituais culinários são fundamentais para o desenvolvimento da identidade e do sentimento de pertença das crianças. As memórias ligadas à alimentação, como o aroma de um prato especial ou o sabor de uma sobremesa, podem evocar sentimentos intensos e conexões significativas. Essas recordações ajudam a estabelecer uma base sólida para relações de confiança e amor.

Memórias ausentes nas crianças adotadas

Crianças adotadas frequentemente lidam com a falta dessas memórias afetivas, o que pode ter um impacto profundo no seu desenvolvimento emocional e psicológico. A ausência de lembranças relacionadas a momentos de refeição pode dificultar a formação de vínculos durante esses encontros, que são essenciais para fortalecer laços familiares em várias culturas. A falta de memórias de refeições compartilhadas pode levar a dificuldades em criar um ambiente acolhedor, que deveria ser de união e conexão.

Adoção de bebês

Bebês adotados tendem a ter menos memórias afetivas ausentes em comparação com crianças mais velhas, pois estão em uma fase inicial de desenvolvimento de memórias e ainda não estabeleceram vínculos significativos com cuidadores anteriores. Contudo, é fundamental que os pais adotivos criem memórias afetivas desde cedo, incluindo a introdução de alimentos e experiências culinárias que possam se tornar significativas.

Adoção de crianças pequenas

Crianças entre 1 e 5 anos podem apresentar algumas memórias afetivas ausentes, especialmente se passaram por várias mudanças de cuidadores ou viveram em instituições. A ausência de experiências culinárias significativas pode afetar a forma como essas crianças se relacionam com a comida, dificultando a construção de novos vínculos durante as refeições. Os pais adotivos devem ter paciência e criatividade para criar rituais alimentares que possam se transformar em memórias positivas.

Adoção de crianças em idade escolar

Para crianças em idade escolar, a falta de memórias afetivas pode ser ainda mais evidente. Elas já possuem um conjunto de experiências e podem ter estabelecido laços significativos com cuidadores anteriores. A ausência de memórias ligadas a refeições ou práticas alimentares pode dificultar a adaptação a novas dinâmicas familiares. Os pais adotivos devem estar preparados para lidar com sentimentos de perda e saudade, promovendo um ambiente onde novas experiências culinárias possam ser compartilhadas e apreciadas.

Adoção de adolescentes

Adolescentes adotados enfrentam desafios únicos em relação à falta de memórias afetivas. Nessa fase, eles estão em um momento crucial de formação de identidade e independência. Muitas vezes, possuem memórias claras de suas vidas anteriores, incluindo refeições e tradições alimentares que podem ser muito significativas. A adaptação a uma nova família pode ser complexa, e os pais adotivos devem estar sensíveis a essas memórias, buscando integrá-las e respeitá-las enquanto criam experiências.

Estratégias para criar novas memórias afetivas

Para ajudar as crianças adotadas a superarem a falta de memórias afetivas, especialmente aquelas relacionadas à alimentação, os pais adotivos podem considerar algumas estratégias:

  • Refeições em família: estabelecer um ritual de refeições em família, onde pratos significativos são preparados e compartilhados, pode fortalecer novos vínculos e criar memórias afetivas.
  • Celebrar datas especiais: comemorar aniversários e outras datas importantes com tradições culinárias ajuda a reforçar os laços emocionais.
  • Atividades de lazer: participar juntos de atividades culinárias, como cozinhar ou fazer compras no mercado, pode criar memórias positivas e fortalecer a conexão emocional.
  • Diálogo aberto: manter uma comunicação honesta e aberta, onde a criança se sinta segura para expressar seus sentimentos sobre suas experiências alimentares passadas e presentes.

Como conclusão

Apesar dos desafios, a adoção oferece uma oportunidade valiosa para criar memórias afetivas que podem enriquecer a vida de uma criança. Com compreensão, paciência e amor, os pais adotivos podem auxiliar seus filhos a superarem a ausência de lembranças anteriores, construindo uma base sólida para um futuro repleto de boas lembranças e conexões emocionais duradouras. Reconhecer e abordar as memórias ausentes, especialmente aquelas ligadas à alimentação, é essencial para garantir que essas crianças desenvolvam relações saudáveis e uma identidade forte, promovendo um ambiente seguro e acolhedor onde possam crescer e prosperar.

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Atualizado em 6 de junho de 2025

Dr. Mauro Fisberg

Dr. Mauro Fisberg

Pediatra e Nutrólogo (CRM 28119 RQE 3935 E 37146). Coordenador do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA) do Instituto PENSI. Professor Associado Doutor - Aposentado Sênior do Setor de Medicina do Adolescente - Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Membro do Corpo de Orientadores Pós-Graduação em Pediatria e Ciências Aplicadas a Pediatria (Unifesp).

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