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No ano de 1997, no Brasil, cerca de 7% do total gasto com internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde foram devido às causas não naturais, entre elas os acidentes por causas externas, como os acidentes automobilísticos, os ferimentos por arma branca e os ferimentos por arma de fogo. Em 2000, no país, 35% das internações hospitalares por causas externas ocorreram na faixa etária dos 15 aos 24 anos, e 37% dos 25 aos 39 anos, sendo que o sexo masculino compôs 84% do total desses pacientes (Souza, 2005).
Uma pesquisa que está sendo apresentada na Reunião de Sociedades Acadêmicas Pediátricas de 2017 mostra que a maioria dos ferimentos causados por armas de fogo nos EUA em crianças mais novas não são intencionais, mas a maioria entre 15 e 19 anos de idade é resultado de agressão. Ferimentos com armas de fogo causaram a hospitalização de mais de 5.800 jovens norte-americanos em 2012, ou cerca de 16 crianças por dia.
O resumo do estudo “Hospitalizações pediátricas devido a lesões de armas de fogo nos EUA em 2012” foi apresentado no dia 8 de maio, no Moscone West Convention Center. Para a pesquisa, os investigadores examinaram a Agência para Pesquisa em Saúde e Custo de Qualidade em Saúde e o Projeto de Utilização Banco de Dados de Internação Infantil (KID), que rastreia internação hospitalar para crianças.
Além de fornecer estatísticas sombrias sobre o número total de crianças feridas por armas, o estudo também mostrou padrões demográficos e socioeconômicos ligados às lesões:
“Nossas descobertas acrescentam urgência à necessidade de medidas preventivas de saúde pública para reduzir as lesões de armas em crianças”, disse a autora principal Alyssa H. Silver. “O fato de que 57% das lesões causadas por armas de fogo em crianças menores de 15 anos não foram intencionais, por exemplo, destaca a necessidade de melhorar a segurança das armas e as práticas de armazenamento. A Dra. Silver também pediu um aumento do financiamento da pesquisa para estudos adicionais sobre lesões de armas de fogo pediátricas, juntamente com outras grandes ameaças à saúde das crianças. Durante o ano fiscal de 2016-17, ela observou que apenas US$ 2,2 milhões em financiamento federal foram fornecidos através dos Institutos Nacionais de Saúde para pesquisas relacionadas com armas de fogo, comparado com US$ 444 milhões para pesquisas sobre o vírus Zika e US$ 286 milhões para estudos de fibrose cística.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, aproximadamente 1200 crianças e adolescentes morrem por arma de fogo no país em acidentes, suicídios e outros eventos de intenção indeterminada todos os anos. Além disso, 70% dos homicídios no Brasil são cometidos por armas de fogo. Milhares de mortes poderiam ter sido evitadas se não houvesse uma arma por perto.
O Mapa da Violência 2015 revela que 42.416 pessoas morreram em 2012 vítimas de arma de fogo no Brasil, o equivalente a 116 óbitos por dia. Essa cifra é ainda mais acentuada entre os jovens, que correspondem a cerca de 59% das estatísticas.
Já a taxa de mortalidade de jovens por armas de fogo atingiu 47,6 para cada 100 mil habitantes, em 2012. Portanto, mais que o dobro da taxa registrada para a população total (21,9). Tanto a taxa quanto o número absoluto de jovens mortos por armas de fogo em 2012 são os mais altos já registrados pelo Mapa da Violência desde 1980.
De acordo com o levantamento, os dados de 2012 interromperam um leve movimento de queda, que havia sido constatado em 2010 e 2011, no número de mortos e nas taxas de mortalidade por disparo de armas de fogo no país, na população em geral e na faixa de 15 a 29 anos.
Leia também: Armas de fogo, as crianças e jovens
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Atualizado em 22 de outubro de 2024