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No último dia 22 de junho, tomei posse da cadeira número 29 da Academia Brasileira de Pediatria (ABP), cujo patrono é o professor Nicola Albano, neonatologista e conhecido por sua luta pelo aleitamento materno.
A Academia Brasileira de Pediatria é um órgão de aconselhamento e de assessoramento do Conselho Superior e da Diretoria da SBP. Foi criada na gestão de Mário Santoro Júnior, e seu primeiro presidente foi Nelson Barros. A sua posse foi em 7 de março de 1997, na sede da Academia Nacional de Medicina. São 30 acadêmicos titulares, eleitos por seus pares, com seus respectivos patronos, figuras exponenciais da pediatria brasileira.
Os acadêmicos são, na opinião de seus colegas, um grupo que bem representa a pediatria brasileira, do ponto de vista pessoal e profissional. Representam um patrimônio de cultura, civilidade e serviço à sociedade, que ultrapassa a dimensão puramente técnica da profissão. Entre suas principais atividades, a Academia tem participado ativamente da constituição do Memorial da Pediatria Brasileira.
A ABP tem se dedicado a promover a discussão e reflexão sobre os grandes temas da pediatria, principalmente na interface com a sociedade civil e ensino médico.
Ocupando lugar entre destacados pediatras brasileiros, me junto aos professores Azarias de Carvalho, Fernando José Nóbrega, Calil Farhat e Benjamim Kopelmam, todos os fundadores do pronto-socorro infantil do Sabará em 1962 e dos quais vim a comprar o que é hoje o Sabará Hospital Infantil. Sinto-me muito honrado de estar ao lado deles como acadêmico e assim manter a tradição do Sabará em estar representado com um membro da Academia Brasileira de Pediatria.
Como não fiz carreira acadêmica, esse reconhecimento se deu pelas minhas ações em prol da pediatria e da criança e adolescente brasileiro, e muitas dessas atividades se deram no âmbito do Sabará Hospital Infantil, do Instituto Pensi e da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.
Na minha posse, destaquei alguns dos números e dos problemas sobre a infância no Brasil. Creio que merecem sim reflexão, mas, mais do que isso, essas crianças merecem que entidades que atuam com infância e juventude, como é a Academia Brasileira de Pediatria, se juntem para falar por elas e exigir que se cumpra o artigo 227 da Constituição Federal de 1988:
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Assumo a honrosa posição de acadêmico consciente do papel que as crianças brasileiras, especialmente as mais desprovidas de seus direitos, devem esperar deste pediatra, como ativo membro desta Academia que a considera um importante instrumento de mudança da triste realidade de milhões de nossos futuros cidadãos.
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