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Os bebês e a importância da linguagem
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Os bebês e a importância da linguagem

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11/06/2013
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O ser humano é um ser de linguagem. Linguagem que já existe antes mesmo do nascimento. O bebê já é falado antes do nascer. Quando nasce, possui nome, características esperadas, desenvolvimento e futuro desenhados por seus pais e por sua família. Filhos de pais distraídos nascem com o estigma de que serão também distraídos e cabe a eles, no futuro, se descolarem dessas premissas.

E como o bebê se encaixa nisso?

O recém-nascido é falado por meio de seus pais, em especial, da figura materna, a quem cabe ler, interpretar e saber sobre seu filho, numa simbiose natural. É ela quem determina se o bebê está com fome, se está com sede, sono… Na maioria das vezes, em uma transferência de sentimentos, sensações, formas de agir e expectativas próprias. Se a mãe está com frio, o bebê é agasalhado, mesmo que a temperatura esteja em 42ºC. Esse relacionamento é importante e necessário, afinal, o filho nasce totalmente dependente de outro ser humano para ser cuidado.

Françoise Dolto, médica e psicanalista francesa, revolucionou a psicanálise infantil quando introduziu o trabalho psicanalítico com bebês, na relação mãe-bebê. Para ela, era fundamental conversar com o bebê e entender sua linguagem (no caso, corporal) para que as palavras passassem a dar sentido ao que ele estava vivendo, numa forma de inseri-lo no mundo. É por meio das palavras que o bebê encontrará seu lugar na sociedade e cabe à função materna vestir sua linguagem de palavras.

O bebê quer se comunicar, ele se comunica e, como a comunicação é uma via dupla, cabe a nós seguir seu ritmo para revesti-la de palavras e transformar a linguagem do bebê em simbólica. “Ouvi-lo” por intermédio da leitura maternal e, falar com ele, é fundamental para o desenvolvimento. É assim que ele vai ser inserido no mundo simbólico no qual foi concebido.

Leia também: Os primeiros seis meses dos bebês e seus pais

Atualizado em 3 de maio de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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